Cidades

Motoristas anunciam greve no transporte intermunicipal

A proposta feita pelas empresas concessionárias do transporte coletivo foi rechaçada com 97% dos votos

 

FABRICIANO – Os trabalhadores do transporte público intermunicipal do Vale do Aço deliberaram na noite de quinta-feira (19), durante assembleia no Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel), pela paralisação dos serviços a partir de segunda-feira (23).
Na reunião, os motoristas e cobradores de ônibus rejeitaram por 97% a contraproposta feita pelas empresas concessionárias do transporte coletivo. Diante do impasse, os trabalhadores deliberaram pela greve até que as empresas melhorem a proposta feita.
“Comunicamos às empresas, Ministério do Trabalho, Ministério Público e Prefeituras, como determina a lei, que, a partir de segunda-feira, os trabalhadores das empresas de transporte coletivo de passageiros do Vale do Aço entrarão em greve”, comunicou Marlúcio Negro, presidente do Sinttrocel.
A pauta de reivindicações pede 14% de aumento, participação nos lucros e resultados e auxílio-alimentação no valor de R$ 285. E ainda jornada de trabalho de 6 horas, passe livre para toda a categoria, fim do freio de porta, da compensação de horas e das câmeras dentro do ônibus.
“Pedimos a compreensão da sociedade e o apoio e a participação dos trabalhadores e de seus familiares, pois este é o único instrumento de luta que resta para a categoria, seguindo as orientações da diretoria do Sinttrocel”, afirmou.
Para os trabalhadores, a proposta patronal não foi o esperado e, com a participação massiva dos mesmos, como aconteceu nas últimas assembleias, eles esperam alcançar as devidas melhorias.

OFERTA
A proposta feita aos trabalhadores foi 9% de reajuste salarial aos motoristas e cobradores, sendo 8% em março e 1% em setembro, percentual acima do INPC do período, que foi de 5,47%. Além de um aumento de 9% no ticket alimentação e manutenção dos demais benefícios. A proposta representa 3,53% de ganho real e 64% de ganho sobre o INPC e foi recusada pela classe.
Em nota, a Autotrans, empresa do grupo Saritur, informou que os empresários manifestam a sua incompreensão pela tentativa de greve mesmo após formulada a proposta de reajuste salarial para a categoria.
“As empresas apelam aos seus funcionários no sentido de que façam prevalecer a compreensão e o bom senso, uma vez que as negociações permanecem em aberto. Pede que compareçam às garagens e dessa forma contribuam para a manutenção dos serviços de transporte na região do Vale do Aço, para que a população não seja prejudicada”, declarou.
O comunicado diz ainda que farão de tudo para assegurar à população a normalidade dos serviços de transporte.

Paralisação obedece à legislação trabalhista
(Da Redação)
– A lei federal que regulamenta o estado de greve no país pede que o sindicato comunique o empregador da paralisação com antecedência de 72 horas. A determinação legal foi obedecida pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Coronel Fabriciano (Sinttrocel).
“É importante que todos tenham a consciência de que sindicato não faz greve, quem paralisa é o trabalhador. O Sinttrocel vai cumprir o papel de organizar e dar suporte ao movimento. Mas o sucesso depende de cada trabalhador”, defendeu o presidente Marlúcio Negro.
A diretoria do sindicato declarou que respeita a decisão da categoria e coordenará todo o processo de mobilização, garantindo a infraestrutura necessária ao sucesso do movimento.
“Algumas estratégias já foram discutidas e serão divulgadas posteriormente, como o ponto de mobilização, o transporte para os trabalhadores que aderirem ao movimento, bem como alimentação durante o período que durar a paralisação. Informamos aos usuários do transporte coletivo, com antecedência de 72 horas, o início da paralisação no transporte, que pode acontecer a qualquer momento a partir daí”, esclareceu.

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