Policia

Corregedoria abre processo administrativo contra Ley

Processos contra Ley foram abertos na Corregedoria e MP     (Crédito: André Almeida)

IPATINGA – A Corregedoria-Geral da Polícia Civil, em Belo Horizonte, confirmou nesta sexta-feira (17) a proposta de abertura de um processo administrativo para apurar possíveis desvios de conduta do atual vereador e policial civil Ley do Trânsito (PSD), indiciado no fim do mês passado por envolvimento em esquemas de corrupção na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Ipatinga. Confirmou ainda que o inquérito contra Ley foi enviado ao Ministério Público da cidade, que deverá decidir se oferece ou não as denúncias para a justiça. Caso a promotoria opte pela primeira opção, um processo judicial será aberto.

INQUÉRITO
O inquérito em questão foi concluído em 30 de abril e apurou denúncias anônimas que tratam, entre outras coisas, de um esquema de licenciamento de veículos remarcados ou adulterados. Segundo o documento, Ley do Trânsito, bem como o delegado de trânsito na época, Maurício Silva Correa e os servidores Juberto Vieira Alves e José Maurílio, estariam fraudando e autorizando licenciamentos de veículos irregulares. O parlamentar também foi indiciado em outro inquérito que trata de cobrança de propina sobre serviços de emplacamento de veículos na cidade. Ley do Trânsito, entretanto, nega as duas acusações.s

PROCESSO
O pedido de abertura do processo administrativo foi feito pelo delegado que coordenou as investigações, o subcorregedor Gustavo Adélio Lara Ferreira, na última segunda-feira (13) e será estendido também aos outros policiais suspeitos de envolvimento no esquema.
No entanto, não há data para que os agentes comecem a ser julgados no processo, já que o mesmo depende da publicação no Diário Oficial do Estado para começar a tramitar.

De acordo com a assessoria da PC, o processo administrativo é um procedimento interno da Corregedoria-Geral que tem como objetivo verificar se os policiais civis cometeram ou não irregularidades no exercício de suas funções e julgá-los da maneira apropriada. O julgamento pode decidir pela absolvição ou culpabilidade dos suspeitos e, entre as punições, os agentes podem ser suspensos de suas funções ou até mesmo expulsos da instituição.

EXTERNO
O inquérito também já foi entregue à justiça de Ipatinga e deverá ser encaminhado para a promotoria que trata do Controle Externo da Atividade Policial, chefiada pelo promotor Bruno Jardini, que decidirá se Ley e os outros policiais vão responder criminalmente pelas acusações que pesam sobre eles.

Na última quinta-feira e também ontem, o vereador presidiu sessões extraordinárias do Legislativo. Procurado pela reportagem no fim da tarde desta sexta-feira, Ley não foi encontrado para falar sobre os desdobramentos do caso. Na quarta-feira (15), em uma entrevista coletiva à imprensa, o vereador se defendeu e disse: “Nunca fiz isso. Sempre fui um policial sério, que trabalhava e cumpria com meu dever”.

CÂMARA
Também nesta sexta-feira, a assessoria jurídica da Câmara Municipal de Ipatinga confirmou o recebimento de um pedido de afastamento de Ley do Trânsito de suas funções no Legislativo. O documento tem autoria do deputado estadual Durval Ângelo (PT) e foi enviado para Lene Teixeira (PT), que é líder da bancada petista na Casa.

A vereadora, junto com os colegas de legenda Agnaldo Bicalho, Saulo Manoel, Juarez Pires e Sebastião Guedes entregaram o pedido aos advogados da Câmara, que irão analisá-lo e terão o prazo de 15 dias para responder à solicitação.
De acordo com Durval Ângelo, o pedido se baseia no indiciamento de Ley pela Corregedoria-Geral. Entretanto, o Regimento Interno da Casa afirma que um vereador só pode ser suspenso em caso de prisão judicial ou em flagrante.

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