Policia

‘Pitote’ será julgado amanhã pelo assassinato de Carvalho

Pitote é levado ao Tribunal do Júri durante o julgamento em Ipatinga, quando foi condenado pelo assassinato de Rodrigo Neto

FABRICIANO – Mais uma vez Alessandro Neves Augusto, o “Pitote”, sentará no banco dos réus para responder por mais um crime de homicídio. Ele será julgado nesta quarta-feira (19) pela morte do fotógrafo freelancer Walgney Assis de Carvalho. A sessão de Júri Popular está marcada para as 8h30, no Fórum de Coronel Fabriciano.
Em junho deste ano “Pitote” foi condenado a 12 anos pelo assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Ele ainda responde por uma dupla tentativa de homicídio em Vargem Alegre. O Poder Judiciário de Caratinga já pediu o julgamento dele, mas a defesa recorreu e o caso foi para o Tribunal de Justiça.

QUEIMA DE ARQUIVO
Walgney Carvalho foi assassinado no dia 14 de abril de 2013, em um pesque e pague em Coronel Fabriciano. Conforme a denúncia do Ministério Público, após o assassinato do repórter Rodrigo Neto de Faria, em 8 de março de 2013, em Ipatinga, o fotógrafo teria comentado com diversas pessoas e em diversos locais que tinha conhecimento da autoria do crime.

A denúncia informa ainda que Pitote, amedrontado com as revelações que o fotógrafo pudesse fazer, resolveu matá-lo como queima de arquivo.
Consta que na data do crime Alessandro dirigiu-se ao pesque e pague – local que o fotógrafo costumava frequentar – munido da mesma arma de fogo calibre 38 utilizada no assassinato de Rodrigo Neto. Com o rosto encoberto, aproximou-se repentinamente da vítima e atirou, atingindo-lhe a cabeça e o tórax.

FALSO POLICIAL
Ainda segundo a denúncia, “Pitote” se apresentava como agente penitenciário e policial civil, sem que exercesse essas funções legalmente. Ele tinha acesso a delegacias de polícia, havendo indicativos de que era integrante de grupo de extermínio na região. O repórter Rodrigo Neto investigava a atuação desse grupo.

REFORÇOS
Assim como no júri da morte de Rodrigo, o julgamento de amanhã também contará com um reforço na defesa. O advogado criminalista Thiago Xavier de Souza vai apoiar o já advogado constituído Rodrigo Márcio do Carmo Silva.
Os defensores irão alegar que “Pitote” também é inocente das acusações. Para a defesa, Carvalho foi morto por Sérgio Vieira da Costa, o mesmo que também teria matado o jornalista Rodrigo Neto e que tentou contra a vida de duas pessoas em Vargem Alegre.
A acusação ficará por conta da promotora de Justiça Juliana da Silva Pinto, que vai ter ao seu lado o assistente Délio Gandra, o mesmo advogado que atuou no caso “Rodrigo Neto”.

PROVAS
Os assassinatos de Rodrigo e Carvalho foram investigados por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O delegado responsável pelo inquérito Emerson Crispim Morais apontou provas técnicas que levam a crer que Pitote é o assassino de Carvalho.
O fotógrafo teria sido morto como queima de arquivo da morte do jornalista. Segundo Emerson, as características da motocicleta usada pelo executor de Carvalho são as mesmas da moto emprestada por um amigo a Pitote, dias antes da morte do fotógrafo.

Já o Ministério Público apontou uma série de provas que incriminam Pitote, entre elas: os laudos de vistoria no local do homicídio, necropsia, o exame de balística (que atestou que a arma utilizada nos dois crimes foi a mesma), a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos e as provas orais produzidas na fase judicial.
Alessandro será julgado por homicídio duplamente qualificado: por recurso que dificultou a defesa da vítima, e a finalidade em assegurar a impunidade de outro crime.

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