quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Projeto em Ipatinga alfabetiza alunos da rede municipal prejudicados na pandemia

Parceria entre a Fundação Educacional São Francisco Xavier e a Prefeitura de Ipatinga alfabetizou 114 alunos de duas escolas municipais da região. Estudantes receberam o certificado de conclusão do projeto nesta quarta-feira, 24.

A alfabetização é uma das fases mais importantes da vida escolar. A porta de entrada para um mundo infinito de muitos saberes passa pela leitura, escrita e os primeiros raciocínios matemáticos. Imagina só dar início a esse processo justamente em meio à pandemia do coronavírus e em um momento em que os alunos estavam em casa por conta das medidas de proteção à covid. Criado em parceria com a Prefeitura de Ipatinga e a Fundação São Francisco Xavier por meio do seu Colégio, o projeto de Alfabetização surgiu como uma forma de preencher essa lacuna e ajudar estudantes do segundo ano da rede municipal que foram impactados com a pandemia.

Depois de quase cinco meses de muito trabalho e conquistas, o Projeto de Alfabetização encerrou seu ciclo, com um saldo positivo e animador. Os 114 alunos do segundo ano do ensino fundamental de duas escolas da rede municipal de Ipatinga que participaram do projeto receberam o certificado de conclusão durante solenidade realizada nesta quarta-feira, dia 24 de novembro, no Teatro Zélia Olguin, em Ipatinga-MG.

“É uma satisfação enorme para nós da Fundação Educacional São Francisco Xavier participar desse projeto e contribuir com a formação desses estudantes. Alfabetizar crianças em tão pouco tempo é desafiador e ao mesmo tempo muito gratificante. Todos já estão lendo e escrevendo, esse é o melhor resultado que poderíamos ter”, conta Simone Brandão de Almeida Barroso, coordenadora pedagógica da FESX.

Evolução

Um dos alunos contemplados pelo projeto foi Heitor Henrique Andrade, de 7 anos, estudante do segundo ano do ensino fundamental da Escola Municipal Levindo Mariano. A mãe dele Indyamara Andrade Silva Vieira, conta que ficou preocupada com a interrupção da alfabetização do filho com a chegada da pandemia. “O Heitor é um menino esperto, inteligente e justamente quando ele iria aprender a ler, começou essa coisa toda de pandemia. Fiquei com medo disso atrapalhar os estudos dele”, lembra.

Indyamara é só gratidão ao projeto e conta que ele ajudou muito seu filho. “Fomos abençoados no momento que mais precisávamos. Na primeira semana que o Heitor começou no projeto ele já aprendeu a soletrar as letrinhas. Todos os dias ele chegava em casa animado com que tinha visto. Em um mês ele já estava juntando as palavras e sempre trazia um livrinho lá do Colégio São Francisco para ler aqui em casa”, comemora. E acrescenta. “Está sendo muito bonito vê-lo aprendendo tanta coisa. Eu e meu esposo estamos orgulhosos do nosso filho. Nós queremos o melhor para ele, que ele estude muito e que tenha o que a gente não pôde ter”.

Resultados

Para a coordenadora de Projetos da Escola Municipal Levindo Lopes, Maria Olímpia Batista Araújo, mais conhecida como tia Lolly, a parceria foi extremamente valiosa para os alunos e seus pais. “Estamos felizes com os resultados. O nosso grande objetivo foi alcançado, que foi proporcionar às crianças habilidades de ler, escrever e desenvolver raciocínio lógico. Todos os pais que aderiram ao projeto ficaram satisfeitos e são unânimes em dizer o quanto ele tem sido importante para seus filhos”.

Tia Lolly ressalta que o projeto é inclusivo e que vai gerar bons frutos para aqueles que souberam aproveitar dele. É um projeto muito especial, que possibilitou uma igualdade entre os alunos. São crianças que estavam necessitadas e souberam aproveitar a chance que lhes foi dada. Ele vai fazer toda a diferença na vida desses alunos. Temos a certeza de que essas crianças vão chegar ao terceiro ano com mais habilidades, sem deixar nenhuma etapa para trás. Já notamos como esses alunos estão mais confiantes e determinados para seguir em frente na vida escolar”.

Processo

Convidada pela Prefeitura de Ipatinga para realizar o Projeto de Alfabetização, o Colégio São Francisco Xavier aceitou o desafio e colocou à disposição toda a sua infraestrutura e expertise na área pedagógica e de ensino aos alunos que vieram da rede municipal.

Segundo a coordenadora da Fundação Educacional São Francisco Xavier, Janísia Fátima dos Santos Dornelas, foram envolvidas 17 pessoas ao todo no projeto, entre coordenadores, professores, inspetores, monitores e auxiliar de secretaria. “Tem sido uma bonita parceria com a Prefeitura. Tudo foi pensado e proporcionado para acolher e estimular essas aulas de reforço. Além das aulas foram oferecidos uniformes, material pedagógico e didático, lanches e o transporte”.

Todos os alunos foram testados para covid no início do projeto em junho e receberam um kit covid. Os alunos estão tendo aulas em períodos intercalados com os das suas escolas. Ao todo serão mais de 400 horas/aula, de segunda a sexta-feira.

Metodologia

Quando chegaram ao Colégio São Francisco Xavier para as aulas de apoio à alfabetização, todos os alunos passaram por diagnósticos individuais. “Depois de realizado um diagnóstico inicial, passamos a mapear cada necessidade e a acompanhar o nível dos alunos”, conta Simone Brandão.

Ela explica que a partir daí o planejamento foi voltado para os pontos mais sensíveis. Entre as metodologias utilizadas, foram realizadas oficinas de aprendizagem, momentos de leitura, encenações de histórias, produção de textos, entre outros. Em matemática, os alunos trabalharam com situações problemas e jogos.

Segundo a coordenadora, a todo momento os alunos tiveram acompanhamento para avaliar a evolução deles e os resultados são excelentes. “Tem sido um projeto muito prazeroso. O Colégio São Francisco Xavier sempre foi referência em métodos pedagógicos e estamos utilizando o que temos de melhor para alfabetizar essas crianças”.

“A educação transforma. É gratificante fazer parte dessa construção de cidadania. Esperamos que venham novos projetos e que essa parceria público/ privada seja cada vez mais fortalecida para que possamos fazer o melhor em prol do desenvolvimento da educação e das pessoas no munícipio de Timóteo”, destaca a Superintendente da Fundação Educacional São Francisco Xavier, Solange Liége dos Santos Prado.

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