quarta-feira, dezembro 11, 2024
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Procuradores da Lava Jato dizem que corrupção existe

Após declaração de presidente, de que não existe corrupção em seu governo, procuradores afirmam que existe desconhecimento e apontam operação feita no mesmo dia

(DO UOL) – Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná emitiram uma nota criticando a fala do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre ter “acabado” com a operação Lava Jato. O mandatário disse que a Lava Jato terminou porque, segundo ele, “não existe mais corrupção no governo”. O discurso indica desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade e, sobretudo, reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção.

PROBLEMA ENDÊMICO

Os procuradores lembraram que, mesma data da declaração do presidente, foi deflagrada a 76ª fase da operação, na qual houve a apreensão do equivalente a quase R$ 4 milhões de reais em espécie em endereços de investigado pela prática de crimes contra a Petrobras. “A Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária”, acrescentaram os procuradores no comunicado. “O apoio da sociedade, fonte primária do poder político, bem como a adesão efetiva e coerente de todos os Poderes da República, é fundamental para que esse esforço continue e tenha êxito”.

DISCURSO ANTI-CORRUPÇÃO

Bolsonaro foi eleito em 2018 com um discurso de total apoio à Lava Jato, à moralização e ao combate à corrupção. Após eleições, o presidente convidou Sergio Moro, juiz responsável pelos processos da operação no Paraná, para ser ministro da Justiça e Segurança Pública. Moro deixou o cargo em abril deste ano afirmando que Bolsonaro busca interferir politicamente na Polícia Federal, o que o presidente nega.

A acusação levou à abertura de um inquérito. Hoje o plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) deverá decidir se Bolsonaro pode depor por escrito no inquérito ou se terá de prestar esclarecimentos presencialmente sobre o caso. Moro criticou o possível fim da Lava Jato horas depois da declaração de Bolsonaro. Nas redes sociais, disse que as tentativas de acabar com a força-tarefa representam a volta da corrupção e um triunfo da velha política. Ao deixar o governo, o ex-ministro já havia dito que o governo não mostrava compromisso com o fim da corrupção.

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