Cidades

Não é fatalidade, nem azar: o governo é ruim mesmo

(*) Fernando Benedito Jr.

Parece uma maré de azar do governo, mas não. É incompetência mesmo. Esta semana do ministro da Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, que parece viver no mundo da lua, voltou a aparecer para anunciar um novo remédio milagroso no tratamento da Covid-19, para substituir a cloroquina, o vermífugo Anita. Parece ter falado para as paredes. Ninguém deu ideia para o que ele disse e a comunidade científica muito menos.

No dia seguinte, o ministro da Saúde anunciou que iria comprar a 46 milhões de doses da vacina chinesa em estudo no Instituto Butantan e patrocinada pelo governo de João Dória, inimigo capital de Bolsonaro.

Nem bem emplacou seu anuncio, Bolsonaro veio a público dizer que não compraria a “vacina chinesa de João Dória” e que quem manda é ele. Tudo indica, obedecendo ordens do governo norte-americano, em guerra comercial com os chineses. Capacho que é.

No mesmo dia (hoje), o ministro que havia anunciado a compra da vacina chinesa, desaparece de cena, derrubado pelo coronavírus. O ministro-general não consegue cuidar nem de si mesmo. Assim como seu chefe.

Para piorar, também hoje (21), morreu de complicações provocadas pelo coronavírus, o médico carioca João Pedro Rodrigues Feitosa, 28 anos, voluntário da vacina de Oxford, desenvolvida em conjunto com o laboratório Astrazeneca, a principal aposta do governo Bolsonaro para imunizar a população.

Não fosse uma situação que já se repetiu inúmeras vezes no governo Bolsonaro, poder-se-ia dizer que não passam de coincidências, fatalidades, desacertos… Mas, insistimos, não é.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do “Diário Popular”.

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