quarta-feira, novembro 27, 2024
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Moro vai ao cadafalso sozinho

Novo sócio do escritório norte-americano Alvarez and Marsal, que presta consultoria à Odebrecht, ex-juiz dá mais uma prova de estupidez e vai de mocinho a cafajeste em seguidos atos de suicídio moral e ético

(*) Fernando Benedito Jr.

Gastar a “pena” com Sérgio Moro é um desperdício, mas nem que seja para desopilar o fígado, algumas estocadas são inevitáveis para desnudar ainda mais a falta de caráter do sujeito. Ele nunca pareceu ser uma sumidade, mas tem se revelado mais estúpido que o normal. Não bastasse condenar o principal opositor de Bolsonaro e depois ir para o governo, o que por si só já revela sua evidente parcialidade, imoralidade e falta de ética, agora assume um cargo na consultoria norte-americana Alvarez and Marsal, um escritório que presta consultoria para a Odebrecht, empresa que julgou, condenou e vilipendiou nos processos viciados da Lavajato. Saiu da condição de algoz para advogado de defesa. Antes, os conluios entre juízes e promotores da Lavajato já macularam os autos. Antes, as manifestações políticas de Moro mostraram que não agiu com isenção e lisura. Mas feito o estrago e considerando a demora do Judiciário e das instâncias superiores para avaliar os recursos, quem há de reparar o dano? E não se trata só do dano moral aos envolvidos, mas do dano ao País com obras paralisadas, desemprego, fim dos investimentos em infraestrutura, paralisia econômica.

Moro tem se revelado tão cafajeste e canalha que nem seu ex-chefe o suportou. E olha que de cafajestice e canalhice, Bolsonaro entende.

Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: se Moro condenou a Odebrecht e seus principais diretores por corrupção e agora integra um escritório de advocacia que a defende, a companhia não era corrupta ou corrupto é Moro? Todo o processo era uma farsa? Ou ele só precisa de um emprego em uma empresa envolvida em escândalos de corrupção? Ou ele não tem princípios? Ou é só uma questão de sobrevivência ainda que lhe custe o que restava de brio? Ou também não tem brio?

Outros questionamentos que vem à tona diante das atitudes aéticas de Moro dizem respeito à qualidade dos autos da Lavajato, sua real intenção de combater a corrupção e quem são os maiores interessados em acabar com a cruzada lavajatista. Não me parece que seja a esquerda, a principal vítima da maior farsa judicial que o País já viu.

Moralmente, depois dessa, a força-tarefa, os juízes do TRF-4, procuradores, etc, não tem mais qualquer condição de seguir condenando ninguém. Moro acabou com tudo, inclusive, consigo mesmo.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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