domingo, novembro 24, 2024
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Juliette Binoche protagoniza comédia “A Boa Esposa”, que estreia em junho

Como proprietária de uma escola que ensina mulheres a serem boas esposas e donas de casa em “A Boa Esposa” (La Bonne Épouse), Juliette Binoche levou mais de 600 mil espectadores aos cinemas na França após a reabertura das salas de cinema em junho de 2020. Agora a comédia, do diretor Martin Provost (César de melhor filme e roteiro original por “Séraphine”, “Le Ventre de Juliette”), chega ao Brasil como estreia nos cinemas dia 17 de junho.

ESCOLA DOMÉSTICA

No longa-metragem, Paulette Van Der Beck (Binoche) dirige com o marido a Escola Doméstica Van Der Beck, um local para jovens mulheres no qual irão aprender a serem boas esposas, a cumprir seus deveres matrimoniais e cuidarem do dia a dia como perfeitas donas de casa. Mas tudo muda de repente quando ela se vê viúva e falida. Ao mesmo tempo em que terá que assumir a escola sozinha, seu primeiro amor ressurge e ares de liberdade feminina começam a ser sentidos em maio de 1968. Paulette se vê em meio a uma grande questão: e se a boa esposa se tornasse uma mulher livre?  No elenco, além de Binoche, estão também os atores Noémie Lvovski, Yolande Moreau, François Berléand e Edouard Baer. A distribuição é da California Filmes.

EMANCIPAÇÃO

A emancipação feminina é um tema recorrente nos filmes de Martin Provost, que acredita que Isso se deva a necessidade de se opor ao machismo. Muitas de suas personagens femininas têm necessidade de liberdade e de emancipação. E ambientar a comédia nos anos de 1967/1968 foi uma forma de mostrar  que o movimento de Maio de 68 acelerou o empoderamento das mulheres. O diretor conta que depois de 1970-71 as escolas domésticas, comuns na França até esse período, desapareceram.

CONQUISTA DE DIREITOS

Como em grande parte do mundo, as mulheres francesas demoraram a conquistar direitos e independência. Em 1873 foi criada a primeira escola para donas de casa em Reims e a educação doméstica para meninas incluída em programa da escola primária em 1822. Na França, somente em 1944 elas conquistaram o direito ao voto. E só em 1965 puderam praticar uma profissão e abrir uma conta bancária sem a permissão do marido, que até então era considerado o chefe da família. Em 1970, acontece a primeira reunião do MLF (Movimento de Liberdade Feminina) na Universidade de Vincennes. Dois anos depois, em 1972, no “Julgamento de Bobigny”, com enorme impacto, a advogada ativista Gisèle Halimi obtém a liberação de uma menor julgada por ter abortado após ser estuprada. A liberação do aborto aconteceu, em 1975, mesmo ano do estabelecimento de divórcio por consentimento mútuo.  A mãe passou a ter direito de adicionar seu nome no sobrenome do filho apenas em 1984. Em 1990 foi reconhecido que poderia haver estupro entre cônjuges e, dez anos depois, em 2000, a pílula do dia seguinte passou a estar disponível gratuitamente para menores nas famárcias. Em 2006 a idade legal para casamento de mulheres foi aumentada de 15 para 18. E, em 2017, o movimento #Metoo ecoou na França, após o Caso Weinstein, quando as mulheres denunciaram serem vítimas de agressão ou de assédio sexual.

A BOA ESPOSA chega nos cinemas com distribuição da California Filmes, e foi exibido no Festival Varilux de Cinema, em dezembro de 2020.

FICHA TÉCNICA

Direção: Martin Provost

Elenco: Juliette Binoche, Yolande Moreau, Noémie Lvovsky

Gênero: Comédia

País: França

Ano: 2020

Duração: 109 min

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