O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), retirou o texto da pauta do plenário, um dia depois de Bolsonaro criticar Maia na TV
BRASÍLIA – O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu retirar a Medida Provisória do Contrato Verde e Amarelo da pauta desta sexta-feira sem a garantia de votação da proposta na próxima semana, um dia após fortes ataques do presidente Jair Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ainda que não tenha sido creditada a esse fato, senadores comentaram, durante a sessão, a fala na véspera de Bolsonaro contra Maia e mencionaram nota da coluna Painel do jornal Folha de S.Paulo sobre diálogos do presidente da República com parlamentares sobre suposto dossiê segundo o qual Maia, o governador João Doria (PSDB-SP) e um setor do Supremo Tribunal Federa (STF) estariam tramando um golpe para derrubá-lo.
Ao argumentar sobre a retirada de pauta, Alcolumbre lembrou que essa foi a manifestação da maioria dos líderes, citando a complexidade da MP e o número recorde de emendas apresentadas à proposta, além do prazo limitado para sua análise na Casa.
RELATOR
Davi Alcolumbre (DEM-AP), designou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) como relator da MP 905/2019, que trata do Contrato Verde e Amarelo. O texto foi aprovado na Câmara na quarta-feira 15, sob relatoria do deputado Christino Aureo (PP-RJ), e agora vai à análise dos senadores. Basicamente, a proposta prevê a redução de encargos trabalhistas na introdução ao primeiro emprego, para jovens entre 18 e 29 anos.
Para a oposição, o Contrato Verde e Amarelo vai aumentar a precariedade laboral e sujeitará os empregados a trabalharem mais, ganhando menos. Nas redes sociais, Carvalho já deixou o seu recado e afirmou que “não é hora de debater outra reforma trabalhista”.
“Fui designado como relator da MP 905, que trata de uma minirreforma trabalhista. Não é o momento de a gente tratar deste assunto, em tempos de pandemia de coronavírus. Mas, como foi me dada a tarefa, estou buscando entendimento com o relator da matéria na Câmara dos Deputados para ver se a gente chega num consenso em algum texto que possa ser apreciado no plenário do Senado”, afirmou.