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Cenibra investe em tecnologia para aumentar a produção

O diretor presidente da Cenibra, Paulo Brant, considerou as inovações essenciais para a empresa

 

BELO ORIENTE – A Cenibra, empresa de celulose, vai passar por um processo de melhoria de gestão. A companhia anunciou na tarde de ontem (3) que adquiriu novos equipamentos para aumentar a linha de produção e, consequentemente, será preciso contratar mais mão-de-obra a médio prazo. A medida deve resultar na demissão de cerca de 800 funcionários terceirizados, mas a empresa se compromete a priorizá-los em futuras contratações.
A iniciativa da empresa é pioneira no mercado e visa a mecanizar 100% do trabalho realizado nas áreas da Cenibra. O principal setor que passará por modificações é o de colheita. A empresa optou por extinguir o trabalho manual na tentativa de tornar-se mais competitiva.
O diretor presidente da Cenibra, Paulo Brant, considerou as inovações essenciais para a empresa. “Com a modernização das atividades florestais, vamos conseguir aumentar a produção, e esse projeto é de fundamental importância para o futuro da Cenibra. E a melhoria da gestão, juntamente com mais tecnologias, vai contribuir com esse aumento”, declarou Paulo Brant.

MUDANÇAS
Com as inovações promovidas pela empresa, um novo processo de obtenção de matéria-prima será instalado para modernizar a silvicultura e colheita de eucalipto. Para promover essas mudanças, foram gastos cerca de R$ 56 milhões em equipamentos.
Além de aumentar o volume de produção, a empresa pretende diminuir gastos com o setor. “Atualmente, 60% da nossa colheita é mecanizada e o restante é feito de forma manual. Essa colheita é mais cara, e do ponto de vista florestal, é pior. Queremos resolver esse problema que acompanha a Cenibra. Vamos primarizar parte da mecanização de colheita, encerrar contratos comerciais com prestadores de serviços, rever processos e melhorá-los, para, assim, conseguir reduzir custos”, informou Brant.
De acordo com Luciano Amaral, gerente geral florestal, os novos equipamentos também vão contribuir para a melhoria na segurança dos funcionários. “A segurança é o primeiro item observado pela empresa e faz parte de todo esse projeto. Já utilizamos máquinas semelhantes a essas há onze anos e não temos registros de acidentes”, acrescentou o gerente florestal.

CONTRATAÇÕES
Atualmente, a Cenibra conta com aproximadamente 1.400 funcionários. E até o final de 2013, a previsão é que 3.500 trabalhadores sejam contratados após a implantação das novas tecnologias. Se contar com os profissionais que atuam na fábrica da empresa, o quadro de funcionários pode chegar a 5.080.
Inicialmente, cerca de 800 demissões serão necessárias, já que o serviço prestado por várias terceirizadas será extinto. Segundo Paulo Brant, esses funcionários terão prioridade na contratação. “Estamos em linha com a tendência e a Cenibra vai acompanhar todo o processo de desligamento e contratação dos funcionários. Temos um futuro promissor pela frente e a empresa tem que ser sustentável, eficiente, lucrativa e com uma mão-de-obra qualificada”, definiu o diretor presidente da Cenibra.
Sobre a qualificação dos funcionários que serão contratados, o gerente geral florestal afirmou que a empresa será responsável pelos treinamentos. “Todo o treinamento vai ser feito por nós mesmos, como sempre foi. É necessário no mínimo seis meses para preparar um funcionário para executar as máquinas. É lógico que o funcionário tem que ter um perfil adequado, mas o treinamento é simples. A máquina é um pouco complexa e também pelo ambiente de trabalho. Porque uma máquina dessa pega a árvore em pé e ela sai completamente descascada, pronta para ser transformada”, contou Luciano Amaral.
Os serviços de alimentação, transporte de pessoal, adubação, vigilância, manutenção mecânica, dentre outros, continuarão sendo oferecidos por empresas terceirizadas.

Preço da celulose é definido pelo mercado
Belo Oriente
– Outro aspecto comentado pelo diretor presidente da Cenibra, Paulo Brant, durante entrevista à imprensa na tarde de ontem (3), foi a oscilação no preço da celulose. Ele fez questão de salientar que o mercado é que define o preço do produto.
De acordo com Paulo Brant, o preço final da celulose não costuma modificar muito. “A celulose nunca teve uma explosão no preço. Em 2001, uma tonelada de celulose custava em média R$ 870,00. Hoje o produto é vendido por R$ 1.200,00. O aumento foi de 38%”, contou.
Já os custos com o produto têm aumentado gradativamente. “Cerca de 70% do custo da madeira influencia na variável do preço da celulose. E o setor de base florestal tem aumentado o índice em até 40%, mas ainda é muito baixo se comparado com outros custos que estão crescendo”, considerou Paulo Brant.

Salário
Para o diretor presidente da Cenibra, um dos principais fatores que fazem com que os gastos gerados para a empresa aumentem são as chamadas pressões de custo. “Os encargos trabalhistas no Brasil e a carga tributária são altos e isso acaba sendo prejudicial. Por isso que é tão necessário melhorar a nossa produtividade, porque sabemos que as coisas funcionam assim e o preço não vai mudar”, disse.
Para ele, o aumento positivo detectado nos últimos anos foi o aumento do salário dos trabalhadores. “O salário subiu e isso é muito bom. É bom porque podemos ver que o país está dando certo. Em dez anos, foi mais de 100% de aumento. E as inovações que a empresa vai fazer é um novo fôlego para enfrentarmos o crescimento desses custos”, Paulo Brant.

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