Cidades

Zema se dá aumento salarial de 298%

Reeleito em primeiro turno, Zema aproveita sua última gestão para fazer aquilo que não fez na primeira, porque ainda era cedo para se engasgar com seu próprio discurso. Ainda estava na memória dos mineiros a defesa cega da moralidade pública, da meritocracia de um empresário que tinha conquistado sua riqueza a duras penas e não precisava de salário para governar para o povo. Se fosse necessário, ele e seus secretários o fariam sem receber nada. Esse era o discurso do cremogema, que fazia de rótulos os motes de sua campanha política, fingindo-se de homem humilde das Minas. Eita home bão!

Apoiador de fascistas e ele próprio um defensor de pautas atrasadas, negacionistas (aliás, sabe negar como ninguém um aumento de salários para os professores) e conservadoras.

Enganou uma legião de eleitores, outros nem tanto. E muitos já sabiam de quem se tratava. Não se enganaram.

Ao defender para si um reajuste salarial de quase 300%, mais precisamente 298%, Romeu Zema (Velho) mostra que dinheiro nunca é demais, principalmente quando vem do erário público. Acostumado a auferir lucros, não seria na empreitada política que abriria mão deles.

É o que faz ao enviar à Assembleia Legislativa o Projeto de Lei de aumento de 298% em seu salário, no do vice-governador e nos rendimentos dos secretários do estado, alegando que o projeto é necessário “para atrair e manter os mais competentes nos quadros técnicos”. A proposta de reajuste salarial foi apresentada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais a pedido do próprio Zema, conforme assume em sua conta no Twitter.

Se aprovado, o salário do governador passará de R$ 10,5 mil para R$ 41,8 mil, escalonado em três anos: R$ 37,5 mil a partir de 1º de abril; R$ 39,7 mil em fevereiro de 2024; e R$ 41,8 mil em fevereiro de 2025. O salário do vice-governador pode chegar a R$ 37,6 mil, enquanto os secretários passarão a receber R$ 34,7 mil, e os secretários adjuntos ganharão R$ 31,2 mil.

“São mais de 15 anos de congelamento dos salários dos secretários estaduais, situação incompatível com o cargo”, justificou Romeu Zema ao defender o próprio aumento salarial.

Se está ruim para ele, imagina para os professores e funcionários públicos estaduais.

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