Cidades

Neuropediatra faz alerta para os riscos de suicídio no mundo pós-pandemia

Identificar e tratar precocemente o suicídio são formas preventivas para evitar esse mal. Isso porque, somente no Brasil, são registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos e mais de 1 milhão em todo o mundo.

IPATINGA – Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), cerca de 96,8% dos registros de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar, está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

A situação fica ainda mais delicada dentre deste novo contexto do novo Coronavírus, que o Brasil e o mundo vêm enfrentando. O neuropediatra Marcone Oliveira alerta para os riscos de possíveis suicídios, não para este primeiro momento de isolamento social, mas para o mundo pós-pandemia.

“O que se percebe dentro do comportamento das doenças mentais, e aí aproveitando o mês do setembro, que trata de forma mais latente o suicídio, que os possíveis sinais para a prática deste ato não vêm no momento da crise, e sim após as grandes dificuldades. Portanto os cuidados com os sinais de suicídio devem ser observados, quando voltarmos para as atividades rotineiras, quando as crianças e adolescentes voltarem as escolas e ao convívio social”, alertou.

PREVENÇÃO

De acordo com o neuropediatra Marcone Oliveira, antes da prática do suicídio, é possível perceber indícios de que a criança e o adolescente poderão cometer o ato. A autoagressão pode ser um dos sintomas. O profissional acrescenta que a criança, a partir dos oito anos de idade, já entende sobre a morte, sendo assim, é capaz de tentar praticar o suicídio. 

“O suicídio na adolescência é pouco valorizado pelas famílias. A sociedade infelizmente ainda despreza muito o sofrimento real da criança. Falta um olhar de atenção e cuidado”

“O que mais pode prevenir o suicídio entre crianças e adolescentes são os vínculos familiares fortes. Outra coisa de extrema importância que precisa ser levada em consideração pelos pais é de que qualquer sinal da prática do ato deve ser levado a sério. Devemos parar de pensar que eles só querem chamar a atenção, mas mesmo se for só “chamar atenção”, por si só é um sinal de alerta”, concluiu Marcone.

MITOS

Para que de fato a Campanha do Setembro Amarelo ganhe força, e que o suicídio seja um assunto discutido com a atenção que o assunto merece, Marcone relata que alguns mitos devem ser desmentidos.

“Essa história de que fala não faz tem que acabar. Normalmente as pessoas que avisam tentam cometer suicídio sim, infelizmente. Outra frase que ouvimos muito é de que quem faz uma vez, não fará novamente. Sabemos que se essa pessoa não tiver o apoio da família, e também uma ajuda médica tudo isso pode se repetir. A tentativa é o mais importante em ser levado em consideração. Por sorte, naquele caso ‘mal sucedido’ – um alívio para todos – o método utilizado não surtiu o efeito desejado. É uma nova chance de pedir ajuda”, esclareceu o profissional.

CAMPANHA

Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistou o Brasil inteiro.

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