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Mulheres ocupam a maior cota de ministérios na história da República

Com dez vagas entre 37 ministérios, mulheres são 27% e representam a diversidade social brasileira

(*) Fernando Benedito Jr.

Tão logo concluiu a montagem do ministério o terceiro governo de Lula tornou-se alvo de críticas pelo baixo número de mulheres em sua composição. São 10 entre os 37 ministérios, ou 27% das cotas. O governo que sai tinha Damares Alves, só para ilustrar em termos de “qualidade”.

Em relação à quantidade, ainda que não se tenha um ministério com 50% ou 100% de mulheres, tem-se, sem dúvida, o primeiro governo com o maior número de mulheres na história da República. Além do quê, gênero não pode ser o único quesito para se tornar ministra de Estado.

No novo governo, as mulheres, com ou sem mandato, tem um perfil técnico e político, são caracterizadas pela combatividade em defesa da ciência, dos direitos humanos, da diversidade, da inclusão social. É o que importa. E ainda ocupam cargos chaves em outros postos não menos importantes que alguns ministérios, como a presidência da Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil e autarquias.

Outro aspecto a se considerar é que a formação do novo ministério leva em conta não apenas os critérios técnicos e políticos, mas a correlação de forças para assegurar a governabilidade e a participação no governo das forças que ajudaram a elegê-lo – e outras nem tanto, como é o caso do PDT de Carlos Lupi e Ciro Gomes. Aí parece ter sido mais um gesto de boa vontade política para a buscar a unidade numa sociedade profundamente cindida por quatro anos pelo mais estúpido fascismo, numa das épocas mais obscuras pós-redemocratização.

Do ponto de vista da representatividade, o ministério contempla perfeitamente a diversidade da sociedade brasileira como nenhum outro até então. É de um ecletismo surpreendente, com seu arco amplo, e também de competência ilibada.

Em relação às mulheres, o novo governo é igualmente bem representativo, com os nomes de: Ana Moser (ministra do Esporte), Marina Silva (ministra do Meio Ambiente), Simone Tebet (ministra do Planejamento), Sônia Guajajara (ministra dos Povos Originários), Anielle Franco (ministra da Igualdade Racial), Nísia Trindade (ministra da Saúde), Luciana Santos (ministra da Ciência e Tecnologia), Esther Dweck (ministra de Gestão), Cida Gonçalves (ministra da Mulher) e Daniela do Waguinho (ministra do Turismo).

Pode não ser o ministério dos sonhos de alguns descontentes, mas, oxalá, que queiram se manifestar nos portões dos quartéis por causa disso.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.

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