Cidades

MP: água tratada de Valadares foge aos padrões de qualidade

MP acredita que material que vazou da barragem de Fundão possa ter sido transportado pelo rio
(Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

BH – A água distribuída atualmente pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Governador Valadares, no Leste de Minas, não pode ser considerada potável. A conclusão é da Central de Apoio Técnico do Ministério Público de Minas Gerais, que divulgou a informação nesta terça-feira (9). A água que sai das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Central, Vila Isa e Santa Rita e em quase todos os pontos da rede de distribuição onde foram coletadas amostras apresentam níveis de alumínio superiores aos padrões de potabilidade.

Segundo o laudo, após o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em novembro do ano passado, os níveis do metal estavam muito elevados na captação do rio Doce.

“Considerando que os rejeitos das barragens apresentam em sua composição elevadas concentrações deste metal, é bem possível que o alumínio tenha sido transportado ao longo do rio Doce, ocasionando alterações na composição química em diversos trechos deste curso d’água, conforme a direção dos ventos, os índices pluviométricos e a vazão do rio”, diz o documento. Além disso, o laudo aponta a substituição do coagulante polímero de acácia negra pelo sulfato de alumínio como outro motivo para a elevação dos níveis do metal na água.

O documento ainda destaca os efeitos nocivos à saúde humana que a alta concentração do metal pode causar. “Em um dos trabalhos científicos mais completos sobre o tema, foi constatado que, a partir de valores superiores ou iguais a 0,1 mg/L de alumínio na água produzida para abastecimento público, o risco de demência e declínio cognitivo aumenta. Ademais, inúmeros estudos demonstram que a presença do alumínio na água, em concentrações superiores ao padrão de potabilidade, pode contribuir para o aparecimento de algumas doenças no organismo humano, tais como a osteoporose e doenças neurológicas e alterações neurocomportamentais, incluindo a encefalopatia, esclerose lateral amiotrófica, doença de Parkinson, demência dialítica e mal de Alzheimer”.

SAMARCO

 A Samarco ainda não foi notificada a respeito dos resultados das amostras colhidas pelo Ministério Público. De todo modo, a empresa realiza o monitoramento constante da qualidade da água em 92 pontos ao longo de todo o Rio Doce e foz. Na região de Governador Valadares laudos recentes comprovam que o parâmetro químico alumínio está dentro dos limites estabelecido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) e dentro do histórico do rio no que diz respeito à água bruta. Em relação à água tratada, laudos comprovam que todos os parâmetros estão em conformidade com a portaria 2914, do Ministério da Saúde. (Hoje em Dia)

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