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Ministro da saúde descarta testes em massa e aposta em tentativa e erro

(DA REDAÇÃO) – O ministro da Saúde, Nelson Teich concedeu nesta quarta-feira sua primeira entrevista coletiva para falar sobre as medidas adotadas para conter o avanço da pandemia do coronavírus no País. Sem acrescentar muito ao que já se sabe, Teich dividiu a coletiva com o ministro da Casa-Civil, Braga Netto; o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro; o ministro da infraestrutura, Tarcísio Freitas; o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; e o governador de Brasília, Ibaneis Rocha, participam de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

Teich reiterou a iniciativa do governo federal em realizar a testagem da população, que já foi iniciada pelo Distrito Federal, onde foram testadas 3.196 pessoas e 46 deram positivo.

O ministro definiu a realização de testes como parâmetro para definir a retomada das atividades econômicas do País, mas disse que as iniciativas neste sentido devem ser moduladas pelo índice de contaminação, óbitos, capacidade de infraestrutura da rede de saúde (quantidade de médicos, respiradores, UTIs, etc) e pela realidade de cada região. Ele insistiu que o comportamento do vírus ainda é desconhecido e que é impossível fazer previsões a longo prazo. Conforme o ministro, é preciso ir testando as possibilidades e probabilidades, como o abre e fecha do comércio e escolas de acordo com o comportamento da doença e dos índices de contaminação.

Teich descartou ainda a possibilidade de testagem em massa e disse que isto não permite avaliar o avanço da doença com precisão, e o Brasil vai adotar os testes por amostragem. “A Coreia testou 11 mil pessoas por 1 milhão e deu certo. A Itália testou 25 mil por 1 milhão e foi um desastre”, exemplificou.

TUTELA MILITAR

Teich também anunciou na tarde de hoje que o secretário-executivo da pasta será o general Eduardo Pazuello, no parece ser mais um ministério sob tutela militar. O general substitui João Gabbardo, médico e ex-secretário de Saúde do Rio Grande do Sul, indicado por Osmar Terra (MDB). Durante entrevista coletiva, o titular da pasta destacou que o militar apresenta experiência em logística e pode contribuir no combate à pandemia de coronavírus. “A impressão que tenho é que a gente tem que ser muito mais eficiente do que a gente é hoje. A gente tá falando de logística, compra e distribuição. Ele é uma pessoa muito experiente nisso. É uma pessoa que vem trazendo contribuição num momento em que a gente corre contra o tempo. Não contra o tempo em relação só à covid, mas em relação a como o país vai ficar, como o sistema de saúde vai de saúde vai ficar”, afirmou Teich.

Durante a coletiva, o general Braga Neto criticou a cobertura da pandemia do coronavírus no País pelos meios de comunicação, que considera muito negativa, com imagens de enterros e caixões de manhã, à tarde e à noite, afirmando eu este tipo de cobertura negativa tem um efeito ruim par as pessoas já fragilizadas e os veículos deveriam adotar uma pauta mais positiva. Segundo o general, que destacou não estar fazendo censura, os meios de comunicação deveriam divulgar os resultados positivos das ações do governo, os números de vítimas recuperadas, o médicos e agentes de saúde que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus.

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA

O ministro Braga Netto anunciou o programa Pró-Brasil. O programa prevê medidas para aprimoramento de normativos, para atrair investimentos privados, para maior segurança jurídica e produtividade, para melhoria do ambiente de negócios e mitigação dos impactos socioeconômicos. Também estão previstos investimentos com a realização de obras públicas e de parcerias com o setor privado.

Indagado sobre a ausência do ministro da Economia Paulo Guedes na coletiva que anunciou o plano de recuperação econômica com investimentos em obras públicas, o ministro disse que o assunto havia sido discutido com o Guedes mais cedo e ele estava alinhado com o anuncio do que estava sendo proposto. Braga Neto também descartou que a proposta tenha alguma similaridade com o Plano Marshall adotado pelos EUA no pós-guerra e preferiu não apontar números do plano de recuperação econômica que terá nova rodada de discussão no governo na sexta-feira. Seria leviano adiantar números de um programa que ainda novas rodas de discussão e não existe um Plano Marshall, existe plano Pró-Brasil. A economia faz parte de um todo. Não tem detalhamento sobre valores e números. Vamos gerar empregos, gerar infra e recuperar toda a perda que tivemos e daqui a ano continuar no processo de retomada do País como um todo e não somente econômico, disse o general.

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