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Mineiro na China relata cotidiano de cidades após epidemia do coronavírus

Tradutor de Coronel Fabriciano diz que cenário da epidemia pode mudar com o fim do Ano Novo Lunar, quando chineses começam a voltar aos grandes centros

Fotos de Rony Melo, da China

DA REDAÇÃO – O mineiro Rony Melo, natural de Coronel Fabriciano, mora na china há quatro anos, onde trabalha como tradutor. Em contato com o Diário Popular, ele falou sobre a realidade do País após a epidemia do coronavírus que surgiu na província de Wuhan e já se espalhou para vários países, inclusive o Brasil onde já foram registrados casos em diversos estados. Rony, que mora a duas horas e meia de Wuhan já visitou várias cidades e províncias chinesas como Hong Kong, Macau e Shangai, onde morou por 3 anos. Segundo informações atualizadas neste sábado, além da China há pelo menos 138 casos espalhados por 22 países na Ásia, Europa e América do Norte. No Brasil, há 16 casos suspeitos monitorados nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Ceará, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde.

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A epidemia do coronavírus em pleno Ano Novo Lunar esvaziou as ruas das cidades chinesas

MORTES

O número de mortes pelo novo coronavírus na China subiu para 304 na noite deste sábado, informou a Comissão de Saúde da província de Hubei, epicentro do surto. O balanço, até então, era de 259 vítimas fatais. Ainda segundo a mídia chinesa, 1.921 novos casos da doença foram reportados pela região. Destes, 894 residem na capital da região, Wuhan, que está completamente isolada, conforme Rony.

ANO NOVO LUNAR

Na avaliação de Rony Melo, ainda é cedo para se fazer qualquer prognóstico sobre a epidemia do corona vírus, até mesmo em função do Ano Novo Lunar, quando a maioria dos chineses deixam os grandes centros e cidades onde moram e trabalham para visitarem os parentes nas cidades de origem, no interior do país. Em razão da epidemia, o feriado foi prolongado em mais dez dias e só após o retorno das pessoas aos grandes centros é que se poderá avaliar melhor as medidas adotadas pelo governo para conter o avanço do coronavírus.

Não sei até onde vai ser alarmante demais ou não. Penso que pode até causar pânico no resto do mundo, mas não na China. Na China, o que tinha de causar pânico, já causou. Agora só estão se precavendo. Embora o Ano Novo chinês já tenha acabado, em função da epidemia o feriado foi prolongado. É uma tradição no Ano Novo chinês as pessoas viajarem para suas cidades de origem e elas vão começar a voltar esta semana. O surto aconteceu bem no início do feriado e todo mundo estava fora. Na hora de voltar, quando as pessoas começarem a se aglomerar nas cidades é que se vai ver o que vai acontecer, relata Rony Melo.

MÁSCARAS

Segundo o tradutor mineiro, a cidade onde mora fica a duas horas e meia de Wuhan – epicentro da epidemia. Mas ainda assim todo mundo tem que usar máscaras. O governo daqui já decretou que quem não usar máscaras pode ser multado. As ruas estão mais vazias, e todo mundo está muito precavido, o chinês é muito obediente para isso, disse Rony quanto as determinações do governo.

Rua deserta de Macau, em imagem registrada na semana passada

ECONOMIA

Rony Melo assinala ainda que a epidemia de corona vírus já afetou a economia da China, provocando queda na bolsa e a paralisação de empresas, industrias. Escolas também foram fechadas e as aulas suspensas. Segundo ele, dois fatores foram muito fortes em relação a economia chinesa, a epidemia em si e o fato dela ter ocorrido em pleno Ano Novo Lunar, quando todo mundo já paralisa naturalmente suas atividades. É tudo muito incerto, diz.

A população é disciplinada quanto ao uso de máscaras

FAKE NEWS

Rony Melo, entretanto, chama a atenção para as informações alarmantes e as fake news sobre a epidemia, que, em muitos casos não correspondem a verdade. Tudo que tenho visto e vivido não é este pânico todo que estão mostrando aí. Isto eu tenho total e absoluta certeza. Este vídeo que rodaram aí, meus Deus, ele tem imagem da SARS de Hong Kong, que ocorreu anos atrás, tem imagens que nem são da China, destaca.

SARS

O novo coronavírus surgiu na cidade chinesa de Wuhan e causa uma doença pulmonar grave já foi detectado em vários países, onde infectou milhares de pessoas e provocou 304 mortes.

De acordo com especialistas, estes números devem aumentar, o que está deixando as autoridades de saúde em todo o mundo em alerta.

O episódio lembra outro surto, o da Síndrome Respiratória Aguda Grave, conhecida como Sars (a sigla em inglês), também causada por um coronavírus, que matou 774 das 8.098 pessoas infectadas, quando eclodiu na China em 2002.

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