segunda-feira, outubro 7, 2024
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Miliciano alcaguete

(*) Fernando Benedito Jr.

A subserviência dos Bolsonaro aos EUA e ao presidente Donald Trump, desnecessário dizer, mas só para reafirmar, é uma coisa vergonhosamente vil. Diante do império, a máxima “Brasil acima de tudo” não passa de uma retórica vazia e sem sentido, como de resto tudo sob o governo da família Bolsonaro. A entrega do dossiê antifascista à Embaixada dos EUA pelo deputado Eduardo Bolsonaro, ex-chapeiro no Maine, assim como seu apego às armas, reflete a admiração quase doentia que sente pelos EUA, possivelmente assimilada na adolescência vendo “Rambo”, “Desejo de Matar” e coisas do gênero. Vamos ver se a mesma admiração se mantém com uma eventual vitória democrata, mas considerando o nível do baixo clericalismo, tudo indica que sim. O tipo de política praticada pelos Bolsonaro não preza muito pela coerência, menos ainda pela honradez. Gostam mesmo é de pequenos negócios. No varejo e de grão em grão. De mesquinharia.

O dossiê antifascista elaborado pelos fascistas do Ministério da Justiça é uma das mais idiotas peças de perseguição política produzidas até agora pelo governo Bolsonaro. É tão idiota que chega a ser ingenuamente tola. Deve ser por isso que o Ministério da Justiça lhe colou o rótulo e carimbo de “sigiloso”. Só resta saber o que a Embaixada dos EUA vai fazer com o documento nem tão sigiloso assim. Existem algumas possibilidades, como taxar os perseguidos de terroristas internacionais, colocá-los na lista de perigosos da CIA, FBI e NSA, submetê-los a revistas vexatórias nos aeroportos ou negar-lhe o visto para que nem cheguem ao aeroporto – Eduardo quer os EUA só pra ele. A utilidade mais provável é usá-la na privada da Embaixada.

Pior do que o papel de miliciano alcaguete, o que em seu meio de origem poderia lhe custar caro (não fosse pela proteção de um Queiroz ou de um Adriano), a entrega do dossiê à Embaixada dos EUA pelo deputado Eduardo Bolsonaro, é a mais clara demonstração de servilismo em troca de nada. Nem a simpatia norte-americana ele ganha. Resta-lhe o papel que realmente lhe cabe: o de traidor.

O mundo já viu o destino de gente deste tipo, tal qual esse “baby doc” brasileiro e seus “ton-ton macoute” (bicho-papão). Os EUA criam, alimentam e eliminam estes Bin Laden, Saddam Hussein, Duvalier, Comandante Zero…

Segue!

(*) Fernando Benedito Jr. é jornalista.

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