Cidades

Ipatinga define pela adequação do município à Deliberação 17

Números favoráveis no combate à Covid-19 viabilizam a abertura do comércio local de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h, a partir da próxima semana. Município também sugere que benefício se estenda ao shopping.

IPATINGA – Na difícil missão de encontrar um ponto de equilíbrio para proteger a saúde pública e, ao mesmo tempo, preservar a economia e atender o desejo da coletividade de maior liberdade de circulação apesar dos riscos de contágio pelo novo Coronavírus, o Comitê Gestor de Crise de Ipatinga, reunido nesta quinta-feira (13), na Prefeitura, decidiu por ampla maioria manter o ambiente local alinhado às normas da Deliberação 17, com pequenas adequações.

A compreensão geral entre os segmentos representados na reunião, inclusive das forças de segurança (polícias civil e militar e corpo de bombeiros), a adesão, neste momento, ao programa estadual ‘Minas Consciente’, representaria um retrocesso, já que, por seus critérios, o município estaria na chamada Onda Vermelha, que restringe as atividades comerciais apenas aos serviços essenciais.

LEITOS

O prefeito de Ipatinga, Nardyello Rocha, explicou que o grande problema de uma eventual adesão ao ‘Minas Consciente’ é que a taxa de ocupação de leitos é um dos fatores preponderantes para classificação das ondas.

“Nosso maior gargalo ainda são os níveis de utilização dos leitos de UTI Covid-19. Mesmo com o número de leitos consideravelmente ampliado pela Administração, ainda esbarramos em altas taxas. Isto porque a ocupação não se dá exclusivamente por moradores de Ipatinga e nem mesmo se atém à nossa microrregião, mas porque, por questões humanitárias, nossa cidade segue atendendo pacientes de outras microrregiões, como a de Coronel Fabriciano e Timóteo. Para que se tenha uma ideia, considerando somente Ipatinga, nossa taxa de ocupação de UTI seria hoje de 46%. E, mesmo abrangendo toda a nossa microrregião de saúde, composta por 14 municípios, esse número se limita a 62%. Contudo, de portas abertas para diversas outras cidades que não fazem parte da nossa pactuação, esse percentual sobe para 80%. Com esse número, Ipatinga fica na Onda Vermelha, permitindo apenas o funcionamento do que é essencial em toda a cidade, incluindo o próprio Shopping, que se restringiria a algumas lojas”, detalhou.

Para exemplificar, o chefe do Executivo ainda citou a origem dos pacientes internados nesta quinta-feira (13), no município, em leitos de UTI SUS Covid-19: “20 não fazem parte da nossa microrregião, sendo 14 apenas de Coronel Fabriciano (9) e Timóteo (5) e os demais de outras cidades”.

MAIOR FLEXIBILIZAÇÃO

Alcançando um patamar de 92,5% de curados pela Covid-19 na cidade, número muito superior à média nacional, que não passa de 60%, o Executivo disse ter recebido com alegria os bons resultados conquistados até o momento na luta contra a doença. E mencionou a redução significativa do indicador que define o grau de transmissibilidade de infecção (RT) pelo Coronavírus. O índice recuou de 1,99 (quando era o maior do Estado), no início do mês de junho, para 1,09 no início de julho e, há nada menos que 21 dias, está abaixo de 1, registrando 0,96 nesta quinta. “Isoladamente, este fator já nos colocaria na Onda Verde, segundo os critérios do ‘Minas Consciente’” – salientou o prefeito.

COMÉRCIO NORMAL

Após apresentar os números positivos registrados nos últimos dias pelo município, referentes à Covid-19, o chefe do Executivo informou em coletiva de imprensa que a partir da próxima segunda-feira (17) o comércio de rua passa a funcionar como de costume, durante todos os dias da semana, de 8h às 18h. O sábado será exceção para abertura das lojas, para que se evite também possíveis aglomerações produzidas por compradores de outras cidades que normalmente recorrem a atrativos encontrados em Ipatinga.

“Entendemos e reconhecemos o sacrifício feito pelos comerciantes da nossa cidade, que até o momento pagaram um alto preço sem ter culpa nenhuma, porque ela é única e exclusivamente do vírus. Portanto, com números mais amenos, nós conseguimos fazer uma flexibilização maior e retomar o expediente por todos os dias da semana neste momento. Lembrando que a luta continua. Essa mudança não quer dizer que podemos afrouxar nas medidas sanitárias. Pelo contrário. Para mantermos os números, se faz necessário continuarmos com os cuidados”, reiterou o prefeito.

INDICADORES

Também caíram no município, nos últimos dias, os números de casos positivados. Entre os dias 28 de junho e 4 de julho, semana considerada o pico da doença na cidade, Ipatinga chegou a registrar uma média de 1.023 casos confirmados. Na semana passada, o total caiu para 500.

EMOÇÃO

Emocionada, a infectologista do município, Carmelinda Lobato, disse acreditar que neste momento a doença está controlada em Ipatinga. “Não estou dizendo que está resolvido, mas sim ressaltando que todas as nossas ações surtiram efeitos positivos. Quero ressaltar e parabenizar o trabalho desenvolvido pelos servidores da saúde, que não pararam de lutar em prol da salvação de vidas na nossa cidade. Posso dizer com firmeza que ninguém morreu em Ipatinga por desassistência em saúde”, assegurou.

A infectologista reforçou que “com os números que temos hoje, a cidade de Ipatinga tem condições de flexibilizar um pouco mais, no que diz respeito ao comércio. Esse setor, juntamente com a sociedade, foi preponderante para alcançarmos esse patamar”, considerou.

SHOPPING, BARES E RESTAURANTES

Ainda nesta quinta, o prefeito de Ipatinga mais uma vez disse que lamenta pelo fechamento do Shopping, lembrando que “foi essa Administração que determinou a abertura do empreendimento, até que a Justiça se manifestasse contrária e impedisse a retomada das atividades”.

Durante audiência de conciliação virtual que aconteceu na tarde desta quinta-feira (13), com a participação, além da Prefeitura, de representantes do Ministério Público, Judiciário, Shopping e Sindcomércio, o chefe do Executivo propôs que o complexo de compras reabra dentro dos mesmos moldes que vem funcionando o comércio de rua. A liberação depende então de autorização judiciária.

Quanto aos bares e restaurantes, o prefeito lembra que neste momento não há outra saída que não seja prosseguirem no atendimento em sistema de delivery, já que “tanto pelas regras da Deliberação 17 quanto pelo programa ‘Minas Consciente’ o segmento deve permanecer com suas portas fechadas”.

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