IPATINGA – Diversos movimentos populares, sindicais e partidos de esquerda do Vale do Aço, reunidos no Fórum em Defesa da Vida lançaram um manifesto intitulado “Acusamos”, apontando as negligências de governos federal, estadual e municipais, além de empresas da região, no combate à pandemia do novo coronavírus e no avanço da Covid-19 na região. “Acusamos a negligência e a omissão dos governantes diante da grave crise sanitária e econômica e o oportunismo da classe patronal em cortar empregos e pressionar para a retirada de direitos, em plena pandemia”, denuncia o manifesto.
O documento salienta que “o ‘abre-e-fecha’ ou ‘morra quem morrer’ do comércio e serviços não essenciais levou ao crescimento descontrolado dos contágios e do número de óbitos na cidade, que saltaram de 3, no princípio de junho, para 48, em 03de julho, 16 vezes mais. Hoje, Ipatinga é a 3ª cidade mineira com a maior taxa de COVID-19 (10.081 infectados/milhão). Acusamos, ainda, de ter deixado a cidade com carência de UTI’s, de trabalhadores no Hospital Municipal e de equipamentos. Anunciar um Hospital de Campanha para casos leves de COVID-19, sem considerar que aumentam os graves”.
Os movimentos populares, sindicais e partidos defendem o distanciamento social, suspensão de todas as atividades não essenciais e de aulas e atividades escolares presenciais; os direitos sociais, empregos e salários; mais investimentos em saúde pública e pelo fortalecimento do SUS durante e após a pandemia; repactuação democrática do ano letivo de 2020, com a participação dos trabalhadores em educação, da Comunidade Escolar e do SIND-UTE; manutenção do auxílio financeiro emergencial dos pescadores e que os processos de suspensão dos auxílios, de retomada do trabalho e geração de renda sejam discutidos diretamente com as Comissões Locais; e a manutenção dos empregos dos trabalhadores da USIMEC e pela reintegração dos trabalhadores demitidos.
A íntegra do manifesto é a seguinte:
FÓRUM EM DEFESA DA VIDA
ACUSAMOS!
1-ACUSAMOS a negligência e a omissão dos governantes diante da grave crise sanitária e econômica e o oportunismo da classe patronal em cortar empregos e pressionar para a retirada de direitos, em plena pandemia.
2- ACUSAMOS O GOVERNO FEDERAL de sabotar qualquer planejamento nacional que coordene as ações de prevenção à COVID-19 no país, inclusive o uso de máscaras. De não ter investido sequer 30% dos recursos destinados à pandemia. De manipular dados sobre o avanço da COVID-19. De investir contra os direitos dos trabalhadores, contra o patrimônio e as riquezas nacionais, por meio de privatizações como a da água. De injetar 1 trilhão e 200 bilhões de reais do dinheiro público para socorrer banqueiros, enquanto regateia e dificulta um auxílio emergencial de R$ 600,00 aos vulneráveis. O Brasil é, hoje, conforme o próprio Ministério da Saúde, o 2° país em número de óbitos e infectados.
3- ACUSAMOS O GOVERNO DE MINAS GERAIS de omissão, negligência e incompetência perante o avanço da pandemia por todo o interior do Estado, deixando os municípios ao “Deus dará”. De não ter investido em equipamentos públicos de saúde e aparelhado os hospitais públicos, de não disponibilizar equipamentos de proteção individual aos trabalhadores da saúde, e, só realizar testes em pacientes já internados. De não dar apoio e suporte aos mais vulneráveis, aos trabalhadores informais, aos pequenos produtores rurais, aos atingidos pelos crimes ambientais da Samarco-Vale-BHP, aos pequenos empreendedores.
4- ACUSAMOS O GOVERNO DE MINAS GERAIS por sua guerra contra a Educação. Cortes de trabalhadores, a começar por designados da Rede Estadual; Pressão para a volta às aulas presenciais, sem considerar riscos e a falta de estrutura das escolas públicas. Implantação de um perverso Ensino à Distância, sem observar as condições concretas para isso e impor uma Proposta de Reforma da Previdência Estadual que pune, com corte de direitos, os Servidores Estaduais e que destrói o IPSEMG.
5- ACUSAMOS O GOVERNO MUNICIPAL de agir como equilibrista, diante da velocidade com que a COVID-19 se alastra, cedendo sempre à pressão e ao oportunismo de entidades patronais e de certos políticos, preocupados com os possíveis apoios, sobretudo o financeiro, para suas candidaturas. O “abre-e-fecha” ou “morra quem morrer” do comércio e serviços não essenciais levou ao crescimento descontrolado dos contágios e do número de óbitos na cidade, que saltaram de 3, no princípio de junho, para 48, em 03 de julho, 16 vezes mais. Hoje, Ipatinga é a 3ª. Cidade mineira com a maior taxa de COVID-19 (10.081 infectados/milhão). Acusamos, ainda, de ter deixado a cidade com carência de UTI’s, de trabalhadores no Hospital Municipal e de equipamentos. Anunciar um Hospital de Campanha para casos leves de COVID-19, sem considerar que aumentam os graves.
6- ACUSAMOS O GRUPO USIMINAS que, preocupado com os lucros de seus acionistas e nada preocupado com os trabalhadores, anunciou o encerramento das atividades da USIMEC, em plena epidemia. Demitirá 95% de seus funcionários, cerca de 700 trabalhadores, o que afetará diretamente a vida de 4000 moradores da cidade e região. Demissões que foram suspensas, até o dia 14 de julho, devido à mobilização rápida e à ação judicial encaminhada pelo SINDIPA – Sindicatos dos Metalúrgicos de Ipatinga e Região.
7- ACUSAMOS OS GOVERNOS: MUNICIPAL E ESTADUAL pelo silêncio cúmplice, diante do agravamento do desemprego e de suas consequências, caso a USIMINAS MECANICA realize demissões em massa e encerre as atividades.
8- ACUSAMOS A FUNDAÇÃO RENOVA, entidade responsável pela reparação do crime socioambiental da Samarco-Vale-BHP, de cancelar, arbitrariamente, o auxílio financeiro emergencial de cerca de 7 mil pescadores do Estado, em plena pandemia. Isto, sem consulta aos atingidos, aos entes de governança e aos órgãos jurídicos, sob a alegação de que os rios já oferecem condições de pesca e que os pescadores devem voltar às suas atividades, ainda que sem estrutura e sem apoio.
• Distanciamento Social já! Suspensão de todas as atividades não essenciais e de aulas e atividades escolares presenciais;
• Em defesa dos direitos sociais, empregos e salários;
• Por mais investimentos em saúde pública e pelo fortalecimento do SUS durante e após a pandemia;
• Pela repactuação democrática do ano letivo de 2020, com a participação dos trabalhadores em educação, da Comunidade Escolar e do SIND-UTE;
• Pela Manutenção do auxílio financeiro emergencial dos pescadores e que os processos de suspensão dos auxílios, de retomada do trabalho e de geração renda sejam discutidos diretamente com as Comissões Locais;
• Pela manutenção dos empregos dos trabalhadores da USIMEC e pela reintegração dos trabalhadores demitidos;
• Pela adoção imediata de medidas de proteção aos trabalhadores contra a COVID-19 no ambiente de trabalho, nas industriais e estabelecimentos comerciais;
• Pela reestatização da USIMINAS, DA APERAM E DA VALE DO RIO DOCE;
• Pela imediata paralisação do pagamento dos juros da dívida pública e por uma auditoria cidadã da dívida.
FORA BOLSONARO, MOURÃO E SEU GOVERNO
Ipatinga- Vale do Aço, em 04 de julho de 2020
INICIATIVA POPULAR
FÓRUM EM DEFESA DA VIDA VALE DO AÇO
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MÉDICAS E MÉDICOS PELA DEMOCRACIA
• BAQUE MULHER IPATINGA
• CENTRO ECUMÊNICO DE ESTUDO BÍBLICO – CEBI-MG REGIONAL VALE DO AÇO
• CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES – CUT VALE DO AÇO
• COLETIVO AQUALTUNE
• COLETIVO NEGRO MINERVINO DE OLIVEIRA MINAS GERAIS
• COMITÊ POPULAR DOS ATINGIDOS PELA MINERAÇÃO EM ITABIRA E REGIÃO
• CSP- CONLUTAS
• MOVIMENTO DOS ATINGIDOS POR BARRAGENS – MAB
• INTERVENÇÃO POETICA POPULAR REVOLUCIONARIA – IPPR IPATINGA
• INTERSINDICAL INSTRUMENTO DE LUTA E ORGANIZACAO DA CLASSE TRABALHADORA
• PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO – PCB IPATINGA
• PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE – PSOL IPATINGA
• PARTIDO SOCIALISTA DOS TRABALHADORES UNIFICADO – PSTU VALE DO AÇO
• PARTIDO DOS TRABALHADORES – PT IPATINGA
• PASTORAL DA JUVENTUDE IPATINGA
• SINDICATO DOS METALÚRGICOS DE IPATINGA E REGIÃO – SINDIPA
• SINDICATO DOS TELEFÔNICOS – SINTTEL – MG DIRETORIA VALE DO AÇO
• SIND. ÚNICO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DE MG – SIND-UTE
• UNIÃO DA JUVENTUDE COMUNISTA – UJC IPATINGA
• UNIDADE CLASSISTA MINAS GERAIS