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Governo Bolsonaro censura dados para tornar “invisível” mortes por Covid-19

(DA REDAÇÃO) – O Ministério da Saúde, acatando ordens do presidente Jair Bolsonaro, mudou a metodologia de divulgação dos números de mortes pela covid –19 no País. A censura é mais um capítulo da guerra contra a imprensa e uma tentativa de esconder o genocídio provocado pela irresponsabilidade e negligência com o avanço do novo coronavírus. A camuflagem dos números começou anteontem para evitar que o Jornal Nacional, da Rede Globo, divulgasse os números, o que acabou sendo feito com um “breaknews” da emissora. Na gestão de Luiz Henrique Mandetta os números eram divulgados às 17h; na de Nelson Teich às 19h. Com o general Pazzuelo, os dados começaram a ser divulgado às 10 da noite e o site do Ministério da Saúde priorizava os números “positivos”: número de curados, internados, em investigação, deixando para o final o número de óbitos e casos confirmados.

A tentativa do governo de tornar invisíveis os mortos pela pandemia e assim “acabar” com a contaminação e as mortes por ela provocadas é uma forma de minimizar a doença e normalizar os óbitos, enganando a população sobre a realidade. O governo pretende divulgar somente as mortes do dia, sem contabilizar os registros anteriores – como se as mortes antes de 24 não contassem. A metodologia que totaliza o número de óbitos do dia com os anteriores é adotada por todos os países do mundo em todos os continentes.  O governo também afirma que vai fazer uma recontagem dos mortos, ao invés de prover os hospitais de UTIs com respiradores, realizar testagens em massa, contribuir com Estados e municípios no combate à disseminação do vírus.

FAKE NEWS OFICIAL

Transportando para campo oficial as diretrizes do “gabinete do ódio”, o Ministério da Saúde informou em nota reproduzida por Jair Bolsonaro  que a mudança “permite acompanhar melhor a realidade do país”:  

“A divulgação dos dados de 24 horas permite acompanhar a realidade do país neste momento e definir estratégias adequadas para o atendimento a população. A curva de casos mostram as situações como os cenários mais críticos, as reversões de quadros e a necessidade para preparação”, diz a nota. Os números acumulados de casos e mortes deixaram de ser divulgados desde ontem pela Saúde. “Ao acumular dados, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, não retratam o momento do país. Outras ações estão em curso para melhorar a notificação dos casos e confirmação diagnóstica”, justificou a pasta, em nota.

O Ministério disse, ainda, que as “rotinas e fluxos estão sendo adequados para garantir a melhor extração dos dados diários, o que implica em aguardar os relatórios estaduais e checagem de dados”. Por isso, na visão da pasta, a divulgação às 22h é mais adequada. “Para evitar subnotificação e inconsistências, o Ministério da Saúde optou pela divulgação às 22h, o que permite passar por esse processo completo. A divulgação entre 17h e 19h, ainda havia risco subnotificação. Os fluxos estão sendo padronizados e adequados para a melhor precisão”, completa a nota.

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