Cidades

Especialista da FSFX alerta para os riscos do tabagismo na pandemia

Um terço dos fumantes aumentou a carga diária de cigarros durante a quarentena

IPATINGA – O consumo do tabaco está entre os principais fatores de risco para inúmeras doenças e o principal potencializador de enfermidades.  Considerada uma droga lícita, o tabagismo é hoje uma questão de saúde pública e ainda é a principal causa de morte evitável em todo o planeta. De acordo com a OMS, o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, esse número chega a mais de 200 mil pessoas. Neste próximo domingo, dia 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. “Neste ano a data assume proporções ainda mais relevantes. O isolamento social fez muita gente aumentar o consumo diário de cigarros. O que torna a situação dos tabagistas ainda mais preocupante”, explica o pneumologista da Fundação São Francisco Xavier, Dr. Roberto Tagliaferro, que atua no Hospital de Cubatão.

ISOLAMENTO E TABAGISMO

Segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em que foram ouvidas 45 mil pessoas, do total de entrevistados 12% eram consumidores de tabaco e 34% passaram a consumir mais cigarros por dia em isolamento social. O estudo também considera que esse aumento do tabagismo está associado à piora da qualidade do sono, ao isolamento dos familiares, à ansiedade e à depressão.

“O tabaco causa diferentes tipos de inflamação no organismo, prejudicando os mecanismos de defesa e aumentando o risco de infecções por vírus, fungos e bactérias. E o pulmão é um dos órgãos mais afetados, por isso, os fumantes fazem parte do grupo de risco”, explica o pneumologista.

RAPIDEZ

O médico explica que o cigarro age como uma droga e vai sendo prejudicial ao longo da vida do tabagista. Com mais de 4700 substâncias tóxicas, a nicotina atua no sistema nervoso central como a cocaína, heroína, álcool, mas com uma grande diferença: chega ao cérebro em apenas 7 a 19 segundos. Quando inalado, o monóxido de carbono atinge os pulmões e dali segue para o sangue, reduzindo a capacidade de carregar oxigênio.

Além de ser responsável por mais de 90% dos casos de câncer de pulmão, o cigarro também está associado a cerca de 30% de outros tipos de câncer, entre eles de boca, faringe, laringe, esôfago, além de listar entre os principais fatores de risco para doenças coronarianas e vasculares. “Temos cerca de 50 doenças associadas ao tabagismo. Por isso é tão importante deixar o vício para ter uma vida saudável. Abandonar o cigarro não é tarefa fácil. Na maioria dos casos, é preciso o acompanhamento de profissionais e o apoio da família e de amigos. Mas é um esforço que vale a pena. Nunca é tarde para se autocuidar e prevenir de doenças. Quem larga o cigarro, não está fazendo bem só a si mesmo, mas a todos que estão em volta”, ressalta o especialista.

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