segunda-feira, novembro 25, 2024
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De quem é a culpa?

(*) Wanderson R. Monteiro

Vivemos hoje em uma sociedade que, infelizmente, parece caminhar a passos largos para a degradação moral e, como consequência, para a degradação social. Todos os dias vemos coisas, ouvimos notícias e presenciamos cenas que nos levam a nos perguntar: onde isso vai parar?

Ao olharmos para o que chamamos de “sociedade atual” muitos de nós tomamos um choque, e isso é fato. A desordem, o descaso e o desrespeito para com o outro em nossos dias atinge toda a população e são praticados em todas as escalas da sociedade, dos grandes aos pequenos. Seus efeitos são vistos e sentidos por todos e, da mesma forma, os atos ilícitos e desrespeitosos são praticados na mesma escala e proporção, sem fazer distinção entre pobres ou ricos, grandes ou pequenos.

Nas pequenas comunidades e nos grandes centros urbanos, sempre vamos encontrar alguma coisa degradante ou/e, de certa forma, imoral. Seja nas letras das músicas tão disseminadas e tocadas em nossos dias, seja na maneira de vestir e no desrespeito de nossos (as) jovens, ou na maneira de agir de nossas crianças que, já desde pequenas estão à mercê dos “novos padrões” e modos de agir e pensar de nossa sociedade, crianças, que, como parte de um processo inevitável, irão se adaptar ao meio onde estão inseridas: a sociedade atual. Sociedade que está cheia de valores deturpados, uma sociedade egocêntrica, onde tudo gira em torno do “eu”, uma sociedade em que os prazeres, principalmente sexuais, têm sido elevados a alvos buscados, e em muitas das vezes desregradamente, e são estimulados por músicas e danças extremamente sensuais, sociedade onde corrupção e injustiça são praticadas todos os dias, uma sociedade sem controle, onde tudo é válido para alcançar a “felicidade” e a satisfação de desejos egoístas e, muitas vezes ilícitos e “mesquinhos”.

Essa é a sociedade em que nós vivemos hoje, e será a sociedade que nossas crianças irão copiar e se adaptar se não acordarmos logo e revisar a nossa forma de pensar e de agir.

Mas, de quem é a culpa? Quem é responsável pelo nosso país estar da forma que vemos hoje? Muitos irão responder que a culpa é do “governo”, que os governantes são corruptos, que roubam o povo com seus altos impostos sem aplicá-los de forma correta para o bem da sociedade. Mas será mesmo que a culpa é só deles?

Vivemos em um país que é regido por um sistema democrático, um sistema onde o povo, a massa, as pessoas, é quem tem, teoricamente, o poder nas mãos. Mas essa “massa”, infelizmente, tem se deixado ser modelada. O povo tem se deixado levar por promessas vazias de políticos corruptos que sabem onde está o ponto fraco da sociedade atual; o conhecimento, ou melhor, a falta de conhecimento. A falta de conhecimento da grande massa brasileira tem sido, por anos, o ponto fraco explorado pelos nossos governantes.

O povo tem se esquecido que os governantes são eleitos para servir a sociedade.

A gente se pergunta por que a educação é tratada com tanto descaso em nosso país, mas sabemos que a resposta é simples: Um povo que não tem acesso à educação de qualidade e ao conhecimento é, inegavelmente, um povo fácil de manipular, e infelizmente, essa tem sido a nossa realidade.

Se queremos uma sociedade diferente para nossos filhos, devemos começar a despertar agora! Que comecemos a repensar nossos atos e nossos princípios, porque a culpa também é nossa.

Lembro-me de um trecho de uma música que se encaixa bem em nosso contexto, que diz: “O povo tem a força. Só precisa descobrir.” Que venhamos a ter isso em mente. Nós temos a força! Temos em nossas mãos e, em nós, aquilo que é preciso para mudar a história de nossa sociedade.

Que venhamos assumir a nossa responsabilidade de cidadãos, porque também temos culpa nisso. Ou você vai jogar essa culpa em outro?

Lembra da pergunta que sempre fazemos a nós mesmos ao olharmos para nossa sociedade? 

– “Onde isso vai parar?” –

A resposta dessa pergunta vai depender da minha e da sua atitude. Vai depender de nossos pensamentos e ações.

O futuro da sociedade depende de mim e de você. Que tipo de sociedade você quer para seus filhos? Devemos lutar desde já por ela.

(*) Wanderson R. Monteiro é formado em Teologia, graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prêmios literários.

(dudu.slimpac2017@hotmail.com)

São Sebastião do Anta – MG

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