Policia

Filho encomendou a morte de pai, conclui Polícia Civil

Douglas encomendou a morte do pai (detalhe) por R$ 50 mil, concluiu a Polícia Civil

IPATINGA – O inquérito que investigava a morte de um aposentado, ocorrida em outubro de 2010, foi concluído na tarde desta terça-feira (2) pela Delegacia de Homicídios de Ipatinga. O aposentado Anedino da Costa Soares, 58 anos, foi assassinato em um suposto latrocínio na rua Visconde de Mauá, no bairro Cidade Nobre. Anedino era agiota.
Na ocasião, um homem invadiu a residência do aposentado – que teria entrado em luta corporal com o suposto ladrão e acabou levando três tiros. O filho de Anedino, Douglas da Costa Soares, 30 anos, que teria entrado na briga, também acabou sendo alvejado no tórax e braço esquerdo, mas não morreu. Depois de atirar nas vítimas, o assaltante fugiu.

CRIME IMPERFEITO
Inicialmente, a polícia não tinha dúvidas de que se tratava de um latrocínio – roubo seguido de morte da vítima. No entanto, dias depois, o executor dos tiros, Eduardo Augusto de Almeida, acabou sendo preso, acusado de outro assalto.
A investigação da morte do agiota começou então a ganhar novos rumos. Cinco meses depois de preso, “Dudu” confessou que Douglas da Costa teria encomendado a morte de pai, Adelino, por R$ 50 mil. A polícia acredita que a prisão tenha forçado o pistoleiro a confessar a trama do crime, já que não tinha recebido o dinheiro pelo crime.

TRAMA
Segundo a Polícia Civil, Douglas começou a arquitetar a morte do pai três meses antes do crime para se apossar dos bens de Anedino. Conforme as investigações, no dia 17 de outubro de 2010, Douglas reuniu a família e amigos em um sítio em Periquito, em uma tentativa de simular um assalto.

A intenção, segundo a PC, era de que o suposto ladrão rendesse todos os que estavam presentes no sítio e matassem Anedino, fazendo parecer um assalto. Parte da trama deu certo. Eduardo rendeu os familiares, amigos e roubou alguns pertences.
No entanto, Douglas e seu comparsa não contaram com o destino. No dia, o aposentado decidiu de última hora não ir ao sítio e resolveu ficar em casa.

Toda a trama deve de ser refeita. Numa tentativa de enganar os familiares e amigos, Douglas concordou em ser levado como refém de Eduardo e ambos seguiram para a casa de Anedino em Ipatinga. “O bandido entrou na casa de Anedino e se atracou com ele. O Douglas entrou para separar. Mas na verdade ele estava querendo que o pai largasse a arma para o Eduardo conseguir matá-lo. O executor não entendeu isso e acabou atirando em Douglas”, explicou a delegada Irene Angélica, responsável pelo inquérito.

Ainda conforme a delegada, a polícia descobriu, no decorrer das investigações, que o carro usado no crime foi tomado de assalto de um casal mantido refém por dois adolescentes em um local ermo no bairro Bom Jardim. O casal só foi libertado depois do assassinato do aposentado. “Mantiveram o casal refém até depois do homicídio, apenas para usar o carro. Depois de terem matado Anedino, os dois menores receberam a ordem de soltar os reféns”, esclareceu Irene.

DINHEIRO
A principal motivação para o assassinato segundo a PC era os bens da vítima. Douglas estaria envolvido com o tráfico de drogas, porém o pai Anedino era muito rígido e seguro com o dinheiro. O plano de Douglas era ficar com o dinheiro do pai. “Só que o Anedino tinha uma companheira na época, além dos filhos, e a partir da morte, eles começaram a brigar pelos bens. Ao contrário que Douglas achava, ele não ficou com o dinheiro do pai liberado para ele. Ele encontrou resistência da madrasta”, disse a delegada. Douglas foi preso no dia 21 de março depois ter a prisão decretada pela Justiça.

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