Cultura

Ecoar celebra 4 anos com nova sede

IPATINGA – O Espaço Cultural Ofício e Arte (ECOAR) está de sede nova no bairro Limoeiro e retoma suas atividades presenciais. Inaugurado no dia 29 de abril de 2019, na mesma data em que se comemora o aniversário de Ipatinga, o espaço cultural está situado em um dos territórios periféricos da cidade e completa 4 anos de atividades, ininterruptas. A nova sede do ECOAR está situada na Rua Passagem Acerola, 31 A, bairro Limoeiro. Está aberto ao público de 3ª feira a 6ª feira, de 17h30 às 22h; aos sábados e domingos de 14h às 22h.

A programação  mensal poderá ser acessada          através do link https://www.instagram.com/ecoarcultural/ e maiores informações podem ser adquiridas pelo Whatsapp (31) 99378-0377 ou pelo email ecoarcultural@gmail.com.

VIRTUAL

Em 2020, devido às restrições em decorrência da COVID 19 e por falta de recursos financeiros, uma vez que o mesmo era mantido com recursos próprios do artista Matí Lima (idealizador e Coordenador Geral do ECOAR), fez se necessário o encerramento de suas atividades.

A realidade que se apresentou fez com que migrassem sua programação para o virtual. Neste período foi lançado a Série: “Pensar Cultura Nos/Dos Territórios Periféricos”, (os episódios estão disponíveis em https://www.youtube.com/@ecoarespacoculturaloficioe9084), em que o artista provoca reflexões sobre como tem se dado a produção cultural nos/dos territórios periféricos e como os realizadores que pensam cultura, com o olhar hegemônico, tem se relacionado com a periferia nas últimas décadas.

NOVOS EPISÓDIOS

Matí Lima afirma que, neste ano serão lançados novos episódios da série, uma vez que a discussão acerca do tema é ampla e precisa-se repensar, urgentemente, o modus operandi da produção cultural hegemônica, que continua enxergando a periferia como carência e não como potência. O cenário vem apresentando tímidas mudanças; mas temos observado, de fato, o contexto em que essas mudanças estão ocorrendo?

Para dar continuidade aos trabalhos do ECOAR e ao pensar a cultura nos e dos territórios periféricos, que o artista inscreveu a proposta “Periferia em Movimento”, no Edital Rio Doce e teve a mesma contemplada, marcando assim a nova etapa na relação do ECOAR com os territórios em que atua.

PROGRAMAÇÃO

É através do apoio da Fundação Renova a esse projeto, que a população terá acesso, gratuito, a uma ampla programação, entre as quais:

. O Curso Livre de Teatro: será ministrado por Matí Lima, que completará 24 anos de carreira, com vasta experiência em várias áreas do fazer artístico. Serão disponibilizadas 60 vagas, dividida em duas turmas. Podem se inscrever pessoas a partir dos 12 anos de idade. As aulas serão as terças e quartas-feiras, sendo a aula inaugural no dia 04 de abril.

. O Curso de Fotografia com Smartphones será ministrado pela fotógrafa Dani Dornelas, que possui 17 anos de carreira. Serão disponibilizadas 30 vagas. Podem se inscrever pessoas a partir dos 12 anos de idade. As aulas serão toda quarta-feira. A aula inaugural será dia 12 de abril.

As inscrições estão abertas, exclusivamente para habitantes das periferias, e podem ser realizadas até dia 31 de março; após essa data as inscrições estarão sujeitas à disponibilidade das vagas.

No dia 30, acontecerá a 1ª Edição presencial do “Papo Preto = Poder Periférico”, que trata de um projeto de debates/diálogos sobre as vivências negras e periféricas, a partir das pluralidades de seus territórios. Além dos diálogos haverá também apresentações artísticas. O projeto terá início às 16h, na Praça Juventino Gomes Ribeiro (Praça do Limoeiro).

O projeto “Periferia em Movimento” representa a retomada das atividades do ECOAR; que buscando promover uma oferta diversificada de acesso aos bens culturais e para a experienciação do exercício artístico, firmou parceria com outros/as/es agentes culturais que tem a periferia em sua plataforma efetiva de ação.

QUARTA PRETA

O projeto “Quarta Preta”, realizado através das parcerias entre o Coletivo Negro do Vale do Aço, Negrume Teatro e o ECOAR, realizará nos dias 08 e 15 de abril, gratuitamente, o “Curso de Elaboração de Propostas Culturais para Editais de Convocatórias Artísticas”. Esse é voltado, exclusivamente, para artistas negros/as/es do Vale do Aço e tem por objetivo compartilhar saberes acerca da leitura analítica e da elaboração de propostas para editais de convocatórias artísticas, buscando equiparar a igualdade de oportunidades de acesso e concorrência. O projetomovimento “Quarta Preta” valoriza a produção artística negra para as cenas e para o empreendedorismo; e inicia com essa Oficina as ações formativas para artistas negros/as/es.

MÚSICA

Em parceria com a Gravadora East Side Syndicate será realizado, gratuitamente, o Curso “Evolução Periférica Através da Música”, que será ministrado pelo produtor musical, cantor e DJ Pedro Melo que possui 15 anos de carreira e vem trabalhando na produção musical de diversos artistas do Vale do Aço. Serão disponibilizadas 20 vagas, sendo 10 alunos por turma. Podem se inscrever pessoas a partir dos 12 anos de idade. A aula inaugural será dia 14 de abril.

TERRITÓRIO PERIFÉRICO

“A primeira vez que pensei produção cultural a partir do meu território foi em 2010, quando elaborei e submeti uma proposta à Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais e fui autorizado a captar recursos através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura – LEIC/MG. Não consegui captar os recursos junto às empresas de nossa região e o projeto ficou na gaveta. Nessa época, eu enxergava através do olhar hegemônico e até mesmo embranquecido sobre o que era produção cultural periférica”, recorda Matí Lima.

Ele destaca ainda que desde a fundação do ECOAR tem estudado sobre periferias e os impactos do capitalismo na vida dos artistas desses territórios. “É importante compreender a cultura periférica como parte da cadeia da economia criativa e do mercado da arte. Só assim, teremos consciência de que não tem como falar de cultura sem admitir que, não há nada mais contemporâneo que a cultura das periferias. Precisamos questionar porque os artistas periféricos não estão sendo patrocinados? Ou quantos projetos idealizados, produzidos e geridos por artistas das periferias estão sendo patrocinados? Quais caminhos precisam ser reconstruídos para que haja fomentos voltados, para os artistas periféricos?”, afirma o ator e produtor cultural.

QUESTIONAMENTO

A partir de suas experiências Matí Lima faz uma crítica sobre a ausência de políticas culturais locais voltadas para as periferias e questiona: “Há exemplos no Brasil, de políticas culturais públicas e privadas, para a valorização e fomento da cultura periférica/urbana. Quando os setores públicos e privados do Vale do Aço, criarão Editais de Fomento, específicos para a cultura periférica? ”.

Segundo ele, é ancorado nas referências nacionais, no pensamento de pesquisadores/acadêmicos e filósofos acerca dos territórios periféricos, que o ECOAR comemora seus 4 anos de atividades e celebra com a comunidade suas conquistas, ofertando gratuitamente uma programação plural. É repensando a cultura nas e das periferias, enxergando as potencias desses territórios que o ECOAR dará seguimento ao seu proposito enquanto Instituição Cultural.

Investimento nas potências periféricas

Empresas que queiram investir em cultura, através da dedução fiscal (ICMS), podem entrar em contato com o ECOAR. A Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerias/SECULT-MG, autorizou o espaço cultural a captar recursos para um projeto aprovado na Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e o espaço cultural está em busca de parceiros.

Pesquisa do SEBRAE aponta o efeito multiplicador do investimento em cultura. A cada R$ 1,00 aplicado em projetos culturais tende a movimentar mais R$ 2,16 na economia do município onde       será   realizado    o       projeto       cultural.         (fonte: file:///D:/EDITAIS%20DE%20CULTURA/LEIC%20MG/Orientacoes%20para%20Empresa%20Ince ntivadora%20_Lei%20Estadual%20n%2022.944_2018.pdf).

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