Cidades

Voracidade do Zona Azul já dá sinais de um negócio abusivo

(*) Fernando Benedito Jr.

Circula nas redes sociais um meme com o Rei Leão ao lado de Simba, apontando uma vasta planície africana, seguida do diálogo:

-Está vendo toda esta terra Simba? Em breve tudo isso vai ser Faixa Azul do Nardyello.

Piadas à parte, o projeto da Zona Azul, tem lá seus méritos, entre os quais o aumento do número de vagas para estacionamento, o preço razoável por uma hora, a modernidade do serviço e até a redução do número de veículos em ciculação, o que, de certa forma, obriga as pessoas a andarem a pé – e faz bem à saúde.

Entretanto, não há como deixar de ver uma certa voracidade fiscal no negócio, uma avidez que dá nos nervos, tipo ganância mesmo. Talvez esta cobrança ostensiva, aliada à falta de troco dos meninos e meninas do Faixa Azul, sejam algumas das falhas que deixam as pessoas irritadas. Além de alguns “generais do trânsito” que nem bem assumiram o comando e já começam a abusar da autoridade que lhes foi conferida. “Ipatinga agora tem autoridade de trânsito”, vociferou um deles outro dia, com a prepotência e arrogância de quem agora manda nesta Zona Azul.

O negócio tem se revelado bom, como a bicada da galinha, que de grão em grão enche o papo, mas passa longe do “caça-níqueis”. Tem ares de um negócio de vultosas somas, que, até agora não teve sua destinação muito bem explicada. Aí cabe uma lembrança ao Legislativo quanto ao seu papel fiscalizador.

Talvez já esteja na hora da Prefeitura Municipal começar a prestar contas dos valores arrecadados e onde estão sendo investidos, para amenizar um pouco a ira dos usuários/contribuintes que estão vendo seu parco dinheirinho ir embora sem saber para onde. As ruas e avenidas continuam uma lástima, os quebra-molas são pintados apenas pela metade para economizar na tinta e nos recursos, a sinalização horizontal mais visível são as marcas de estacionamento do próprio Faixa Azul, a vertical é aquela mesma de sempre, excetuando-se uma intervenção aqui outra ali, não se vê nada de novo.

Então,feita as considerações sobre o tudo de bom, é preciso que, desde já, se avalie e iniciativa buscando aperfeiçoá-la, para não ficar só nesta coisa do dinheiro, de uma solução fácil para a falta de recursos às custas do cidadão, que já paga IPVA, IPTU, Taxa de Iluminação, Taxa de Lixo, imposto disso e daquilo.

E nem se trata de avaliar os impactos eleitorais, ainda.

(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.

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