quarta-feira, novembro 27, 2024
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Visita de Pompeo ao Brasil irrita Maia

(DO EL PAÍS) – A visita ao Brasil de Mike Pompeo, secretário de Estado norte-americano, causou mal-estar com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Em nota, o parlamentar disse que o encontro em Boa Vista (RR) a um mês e meio da eleição americana “não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez” da política externa e de defesa do país. Maia afirmou que Constituição brasileira prevê que os governantes devem orientar suas relações internacionais cumprindo os princípios da independência nacional, da autodeterminação dos povos, da não-intervenção e da defesa da paz. Nenhum representante dos governos brasileiro ou americano respondeu às críticas.

PANO DE FUNDO

A viagem tem como pano de fundo a campanha à reeleição de Donald Trump e críticas ao regime do venezuelano Nicolás Maduro. O secretário quer demonstrar para o eleitor latino de que os EUA ainda têm influência na região. Nessa rodada, o secretário viajou ao Suriname, Guiana e Colômbia. Apenas no Brasil ele não se encontrou com a principal autoridade do país. Nesta sexta-feira, o presidente Bolsonaro estava inaugurando obras em duas cidades do Estado de Mato Grosso em ritmo de campanha eleitoral, que só ocorrerá, de fato, daqui a dois anos.

No Suriname, Pompeo se encontrou com o presidente, Chan Santokhi. Na Guiana, com Irfaan Ali. E, na Colômbia, tem reunião prevista com Ivan Duque. No domingo, ele segue para o Texas, estado com forte influência latina. Em Boa Vista, ele foi recebido pelo chanceler brasileiro Ernesto Araújo.

“TRAFICANTE DE DROGAS”

No encontro com Araújo, o secretário Mike Pompeo, chamou o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de traficante de drogas e, sem dar mais detalhes, afirmou que ele será retirado do Governo. “Não devemos esquecer que ele está destruindo seu próprio país e também é um traficante de drogas. Está impactando na vida dos EUA. Mas vamos tirá-lo de lá”. Os dois fizeram discursos quase uníssonos sobre a Venezuela. Araújo disse, por exemplo que o regime de Nicolás Maduro deveria “desaparecer”. Enquanto que Pompeo afirmou que a Venezuela deveria voltar à democracia.

Nesta semana, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou o governo Maduro de crimes contra a humanidade desde o ano de 2014. Entre elas, estariam o uso sistemático de tortura e assassinatos.

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