Exposição ao sol é principal fator de risco para câncer de pele, doença que representa mais de 30% de todos os tipos de tumores
IPATINGA – A proximidade do verão no hemisfério sul aumenta a preocupação com as doenças decorrentes da estação, caracterizada por altas temperaturas e maior incidência de raios ultravioletas. Dentre elas, está o câncer de pele, tipo de neoplasia mais frequente no Brasil e no mundo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca) são estimados 706 mil novos casos no mundo no triênio 2023 a 2025, sendo que o câncer de pele representa mais de 30% de todos os tumores.
A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. A neoplasia pode ser dividida em câncer de pele não melanoma e melanoma. Dentre os cânceres não melanoma, há o carcinoma basocelular (CBC), mais frequente e menos agressivo, e o carcinoma de células escamosas ou espinocelular, mais agressivo e de crescimento mais rápido. O câncer de pele melanoma, apesar de menos incidente, é o de maior gravidade, podendo provocar metástase e levar à morte.
EXPOSIÇÃO AO SOL
O cirurgião de cabeça e pescoço da Fundação São Francisco Xavier (FSFX), Clineu Gaspar, explica que o principal fator de risco ao câncer de pele é a exposição solar (cerca de 90%). “Geralmente, o tumor costuma ser identificado a partir dos quarenta e cinquenta anos de idade e pode se manifestar em diversas partes do corpo. No entanto, mais de 80% dos casos de câncer de pele são na região da cabeça e do pescoço, ou seja, nas áreas mais comumente expostas ao sol”, alerta.
Existem outros fatores de risco menos significativos e em menor escala, como pacientes imunossuprimidos (pessoas que apresentam enfraquecimento do sistema imunológico, seja por algumas doenças, uso de medicamentos ou realização de procedimentos médicos), pacientes com história de irradiação prévia no local ou algumas doenças congênitas.
SINTOMAS
Os sinais e sintomas dos tumores de pele não melanoma podem se apresentar como lesões, carocinhos, lesões nodulares, ulceradas, feridas que não cicatrizam e que aparecem, na maioria das vezes, nas áreas mais expostas ao sol: região de cabeça e pescoço e membros superiores.
O melanoma é caracterizado por lesões pigmentadas, escurecidas, que podem surgir numa área previamente saudável, como uma pinta nova de bordas regulares, de várias colorações ou até mesmo de alguma pinta pré-existente e, a partir daquela lesão, ter mudanças de aspecto e crescimento muito rápido.
TRATAMENTO
Dr. Clineu Gaspar explica que, na maioria das vezes, o tratamento para o câncer de pele é cirúrgico. “As chances de cura para o carcinoma basocelular e carcinoma de células escamosas chegam a quase 100%. Já o melanoma vai depender do estágio. Quanto mais precoce for o estágio do câncer de pele melanoma maior é a chance de cura. Existem outras formas de tratamento para além da cirurgia, para alguns tipos de tumores bem específicos, mas geralmente o principal e o melhor tratamento é a cirurgia”, ressalta.
PREVENÇÃO
A principal forma de prevenção ao câncer de pele é evitar a exposição excessiva ao sol durante a vida. Em um país tropical como o Brasil é preciso redobrar os cuidados, principalmente em épocas de alta incidência de raios solares, como o verão, que coincide ainda com o período de férias escolares e viagens em família.
Além do uso de protetor solar, bonés, óculos e camisetas, deve-se evitar a exposição solar entre 10h e 16h. “É importante salientar que, no verão, as altas temperaturas são mais propícias ao câncer de pele, mas a radiação ultravioleta exerce seu efeito por todo o ano. Por isso, a prevenção do câncer de pele deve ser uma constante em nossas vidas em todas as estações do ano”, conclui o cirurgião de cabeça e pescoço.