Imunização completa com 2ª dose ainda atinge baixo índice populacional e 70% de vacinados para conter a circulação do vírus é meta que depende de mais esforço de governos e cidadãos
(DA REDAÇÃO) – Em números absolutos, o município de Ipatinga foi o que mais aplicou vacinas contra a covid-19 atingindo um total de 195.776 doses, considerando a 1ª a 2ª e a dose única. Os critérios para um levantamento sobre a realidade da imunização nos municípios, entretanto, precisam levar em conta uma série de variáveis, como o número da população – Ipatinga, por exemplo, é a cidade mais população do Vale do Aço –, o grau de prioridade para aplicação da 1ª e 2ª doses levando em conta a pressão sobre o sistema de saúde; a quantidade de doses recebidas, etc.
PARAR O VÍRUS
O Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde prevê que o ciclo da imunização só se completa com a segunda dose da vacina. Além disso, considera que para cessar a transmissibilidade da covid-19 cerca de 60 a 70% da população precisaria estar imune (assumindo uma população com interação homogênea). “Desta forma seria necessária a vacinação de 70% ou mais da população para eliminação da doença, a depender da efetividade da vacina em prevenir a transmissão. Portanto, em um momento inicial, onde não existe ampla disponibilidade da vacina no mercado mundial, o objetivo principal da vacinação passa a ser focado na redução da morbimortalidade causada pela covid-19, bem como a proteção da força de trabalho para manutenção do funcionamento dos serviços de saúde e dos serviços essenciais”, estabelece o PNI.
A VACINAÇÃO NO VALE DO AÇO
Considerando estas premissas, a densidade populacional e o atual estágio de vacinação, embora se perceba uma certa “corrida” dos governos para ver quem atinge primeiro a “linha de chegada” e conclui a vacinação da totalidade da população, as cidades do Vale do Aço ainda precisam se esforçar mais para reduzir o número de óbitos, contágios diários e superlotação do sistema hospitalar. Guardadas as proporções entre as populações das cidades, nenhuma delas ainda atingiu um nível satisfatório de imunização e estão um tanto distantes da imunização completa.
IPATINGA
Conforme levantamento realizado com base nos dados do último dia 16, nas principais cidadãs do Vale do Aço, em Ipatinga, com uma população de 265.409 mil habitantes, conforme o IBGE, foram aplicadas um total de 195.776 doses, distribuídas da seguinte forma: 142.780 em 1ª dose (53,7% da população), 52.996 (2ª dose e dose única, que completam a imunização, representando 19,9%). Ainda longe dos 70% preconizados pelo PNI, mas ainda assim com já com reflexos positivos nos óbitos, casos diários de contágio e redução da taxa de ocupação de leitos hospitalares.
FABRICIANO
Em Coronel Fabriciano, cidade com 110.290 mil habitantes, a vacinação atingiu um total de 80.586 pessoas. Destas, 50.777 receberam a 1ª dose (46%), 29.809 receberam a 2ª dose e dose única (27% da população). No caso de Fabriciano, grande parte das doses foram destinadas à imunização completa, priorizando a 2ª dose, ao contrário de outros municípios, que priorizaram a 1ª dose talvez como estratégia para reduzir a pressão sobre os leitos hospitalares de UTIs e enfermarias.
TIMÓTEO
A cidade de Timóteo, com 90.568 mil habitantes é a que apresenta melhor performance na vacinação em 1ª dose, com 50.883 pessoas imunizadas (56%) e 19.289 imunizadas em 2ª dose e dose única (21,2%). Mas ainda longe de atingir o percentual ideal para evitar a circulação do novo coronavírus.
PARAÍSO
Em Santana do Paraíso, com 35.369 mil habitantes, um total de 19.837 pessoas foram imunizadas. Até o último dia 16, 19.283 pessoas haviam recebido a 1ª dose (43% da população) e 4.554 haviam recebido a 2ª dose e dose única (12,8%).
MANTER OS PROTOCOLOS
Diante deste cenário, em que a imunização completa ainda tende a demorar alguns meses e novas variantes do vírus começam a circular entre a população, manter os protocolos de segurança, mesmo após a imunização com a 1ª e com o reforço da 2ª dose, é fundamental até que pelo menos 70% da população esteja totalmente vacinada. O uso de máscaras, álcool e o distanciamento social são medidas protetivas das quais ainda não se pode abrir mão.