Opinião

Tempos atuais propõe migração para zonas rurais

(*) Thales Aguiar

Com a chegada da pandemia e a revolução tecnológica, pessoas tem enxergado cada dia mais essa nova possibilidade de buscar uma vida mais saudável. Muitos estão identificando esse momento como um meio de abandonar os grandes centros urbanos para se refugiar em lugares mais silenciosos. A ilusão de ascensão social e carreira profissional tem afetado proporcionalmente uma parte da população que agora visualiza a possibilidade de sair dos limites dos excessos e de um sistema econômico fragmentando e fragilizado para um comportamento mais ponderado.

O desemprego e o alto custo de vida também são fatores que colaboram para esse fluxo. Da mesma forma tem se observado igualmente, a busca por qualidade de vida e equilíbrio mental já que esse contato maior com a natureza possibilita isso. Agora, mesmo com tanta tecnologia, a sustentabilidade dos recursos naturais, se encontra em evidência. Pensando em uma melhor qualidade de vida, as pessoas querem produzir seus próprios alimentos (orgânicos), querem ambientes com melhor qualidade do ar e da água, condições essenciais para manter a saúde física e mental já que as cidades vivem repletas de poluição.

Isso vai ao encontro da agenda 21 global proposta pela Organização das Nações Unidas que entre seus termos tem como algumas propostas ser um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Porém, para que isso aconteça é preciso que surja um planejamento governamental de municípios e estados que facilite essas mudanças começando pela promoção do auto sustento das famílias e elaborando projetos para comunidades fora dos antigos modelos de urbanização.

Pensando nos atuais tempos onde a robótica e tecnologia da informação substituirá em pouco tempo milhares de mãos-de-obras humanas – e é óbvio que a sociedade já não vive mais sem essa tecnologia –, mas para muitos a saída será a migração para as zonas rurais, até mesmo como meio de sobrevivência básica. O novo normal será bem diferente dos paradigmas industriais já existentes. Devemos ficar atentos às mudanças globais que traz consigo a rápida transformação dos espaços de convivência humana. A sustentabilidade é o caminho para a sobrevivência, com diz o escritor Nildo Lage “num planeta que pede socorro e se aquece a cada dia, melhor que plantar árvores, despoluir rios, proteger animais é semear a consciência de que a garantia da vida é respeitar as fronteiras da natureza”.

(*) Thales Aguiar é jornalista e escritor

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