Sob o olhar complacente dos generais e forças de segurança, 300 do Brasil acampados em Brasília ameaçam aniquilar a esquerda, a democracia, formam e treinam tropa de choque para espancar jornalistas, enfermeiras e quem mais julgarem ser oposição ao necrogoverno
(*) Fernando Benedito Jr.
A seita golpista 300 do Brasil, acampada em Brasília, onde faz treinamento para fechar o Congresso e o STF, diz que vai promover a contrarrevolução. Em cadência militar e tom messiânico, promete aniquilar a esquerda, retomar a soberania nacional e criar as condições para o presidente governar.
No site Vakinha, onde os 300 do Brasil – que se auto intitula o maior acampamento de ações estratégicas contra a corrupção e a esquerda do mundo – arrecadam recursos para manter o ajuntamento de lunáticos em frente ao Congresso Nacional, são expostas as bandeiras da seita olavo-bolsonarista e seus objetivos: “recuperar a Soberania Nacional e buscar a independência econômica da China; restaurar a democracia pleno no Brasil, lutando pelo respeito ao Pacto Federativo e a tripartição de poderes contra a usurpação de poderes, impedindo a governabilidade do país pelo Poder Executivo; retomar o protagonismo do povo com relação às decisões que interferem na economia e produção, circulação de pessoas, no direito de ir e vir e na liberdade individual; expor e combater o totalitarismo da esquerda e as os mecanismo de corrupção da classe política tradicional”.
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A loucura é tanta que parecem estar vivendo num outro mundo, como se fossem governados pelos comunistas que dizem combater e não pelo seu ídolo mítico, direitista, Bolsonaro. Quieta no seu canto, vendo de camarote Bolsonaro se afundar com seu séquito de fascistas, a esquerda observa silenciosa. A horda acampada à espera de jornalistas e enfermeiras para espancar diz no site que trata-se “de uma base com um dia inteiro de treinamento com especialistas em revolução não violenta, táticas de guerra de informação, palestras sobre a atual situação política, econômica e social do Brasil. Todos os dias haverão atos coordenados com os participantes em locais específicos de Brasília, com pautas previamente acordadas”, dizem em tom ameaçador os fascistas, sob o olhar complacente dos ministros-generais e das forças de segurança. Aliás, é no militarismo que se inspiram para montar um campo de treinamento de guerrilhas paramilitar em pleno Distrito Federal, sem medo de repressão:
“Quando inicia: O treinamento inicia na segunda-feira dia 27/04
“Quando termina: Quando o Maia cair.
“Quem buscamos: pessoas que tenham a coragem de doar ao Brasil sangue, suor e sono, que estejam dispostas a abrir mão de sua comodidade e dedicar-se integralmente às ações coordenadas, inclusive tento em mente a possibilidade de ser detido (contamos com corpo jurídico gratuito). Se você está disposto a passar, frio, ficar no sol, tomar chuva, e a fazer parte dessa página na história do Brasil, VENHA! Se você não faz parte desse perfil, não se preocupe, pode ajudar de diversas outras maneiras.
“Una-se aos 300 do Brasil, seja o protagonista dessa contra-revolução. A nação precisa de você”.
SELVA!!
Essa é a proposta do bando de 300 selvagens. Nem uma palavra sobre pandemia, coronavírus, essas mentiras que a “Globo comunista” diz sobre “10 mil mortos inexistentes”.
Venhamos e convenhamos.
Para se fazer contrarrevolução, primeiro é preciso uma revolução, que nunca existiu. Quem viola a soberania são os 300 do Brasil que lambem bota dos EUA e hasteiam as bandeiras americana e de Israel em seus atos autoritários e antidemocráticos de demonstração explícita de viralatismo. Seu potencial ofensivo contra a esquerda não aguenta a primeira pedrada. Ou panelada. Deixa passar a pandemia, que essa gente vai ajustar as contas com o país. E, finalmente, a incompetência de Paulo Guedes, dos generais, do Nelson Teich, da Damares e da Regina Duarte juntas, do Marcos Pontes, comandados pelo chefe do necrogoverno é que não deixa a coisa andar – não poderia deixar de mencionar aqui os filhos, o Abraham Waintraub, o Olavo de Carvalho, o lambe-botas das Relações Exteriores, entre outros, e são muitos os imbecis. Além dos 300 acampados em Brasília.
Mas é bom tomar cuidado com eles, além de doidos, pelo número, querem ocupar a vaga dos deputados. É golpe legislativo que chama. Já para as vagas de suplentes no STF está mais difícil encontrar candidatos, porque é preciso algum notório saber.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.