Cultura

Resumo da prosa: o ratinho e a Sputnik

Sem banda, sem parada

O governo do genocida inominável estava querendo celebrar o golpe militar de 1964, mas pelo jeito não vai ter como. O pessoal mais interessado pulou fora da Toyota.

É cômico

O governo do sujeito é tão ruim, mas tão ruim que quando quer resolver uma crise cria outra pior ainda.

Sputnik

Pelejando há mais de dois meses com a Anvisa para aprovar o uso da vacina russa Sputink V, o empresário Fernando Marques dono da União Química, apelou ao reclamar das exigências do órgão para aprovar a vacina:

– São coisas absurdas. Segundo o FDA [Food and Drug Administration, agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos], na fase 2 (da pesquisa), tem que usar o ratinho branco e os russos só usam um outro tipo de rato. O que importa a cor do gato? O que importa é que gato mata o rato. É uma loucura isso…

É um argumento, né.

Só para esclarecer

A Anvisa não concorda com o argumento do empresário e patrono da Sputnik V. A agência ainda cobra da empresa informações como dados de segurança e eficácia, relatórios de análises, texto da bula da vacina, avaliações e planos de gerenciamento de riscos, entre outros pontos. A agência disse ainda que faltam informações sobre a caracterização, produção e controle de qualidade da vacina e que ainda não recebeu os dados brutos da pesquisa, “como é usual na avaliação de vacinas e medicamentos”.

Ou seja, o problema nunca é só a cor do ratinho.

Aceitacionista

O empresário Fernando Marques, da União Química, que tenta emplacar a Sputnik V na Anvisa, também tentou ser político e foi candidato pelo solidariedade, do Paulinho da Força, denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro em caso que corre no Supremo Tribunal Federal. Marques foi o candidato mais rico das últimas eleições, com um patrimônio declarado de R$ 688 milhões. Passou longe de se eleger. Eleitor e apoiador do inominável, ele não crê que o presidente seja negacionista e justifica.

– Se você pesquisar, na África, onde a população toma ivermectina, tem país que não tem caso de covid. Não foi feito (estudo clínico), mas o que é que tem. Resolve? Passa? Ninguém vai morrer porque tomou ivermectina.

Não é o que pensa, por exemplo, o médico intensivista Ederlon Rezende em entrevista à BBC News  Brasil: “A invermectina é uma droga que também penetra no cérebro quando ele está inflamado, e ela deprime mais ainda o cérebro e piora a qualidade do despertar de um paciente intubado. Essa tem sido uma intercorrência frequente nos pacientes que usaram esse remédio antes chegar à UTI”.
De qualquer maneira, está explicado porque ele não acha que o presidente seja negacionista. E não é por causa da cor do ratinho.

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