Cultura

“Rede de Espiões” narra o caso de agentes cubanos infiltrados na Flórida

O filme de espionagem protagonizado por Edgar Ramirez foi adaptado do livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais

O longa “Wasp Network: Rede de Espiões”, (2019, Espanha, 14 anos, 128 min), com direção e roteiro de Olivier Assayas, em cartaz na plataforma Netflix, conta a história real de um grupo de espiões cubanos infiltrados entre os anticastristas da Flórida, na década de 90, para evitar seus constantes ataques terroristas e tentativas de desestabilização do regime cubano. A obra conta com um elenco estelar latino americano como Wagner Moura, Édgar Ramírez, Ana de Armas e Penélope Cruz. E ainda com a breve participação do comandante Fidel Castro em trecho de uma entrevista sobre o caso.

Gael Garcia Bernal e Penelope Cruz em cena de “Rede de Espiões”

O filme de espionagem protagonizado por Edgar Ramirez (cuja história foi adaptada do livro Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de Fernando Morais), representa outro olhar do diretor – por mais que sua personalidade possa ser vista com facilidade em certas passagens. Este é um olhar mais pautado pela ação e reação que as pessoas deste universo produzem do que propriamente por uma aproximação mais clara enquanto indivíduos. Seu novo filme e os personagens que nele habitam podem ser comparados a uma teia de aranha em que todos estão ali, juntos, mas de forma nada organizada.

HISTÓRIA REAL

Contando a história real de um grupo de cubanos que se infiltrou em uma rede anti Fidel Castro na Flórida, o filme possui uma narrativa um tanto padrão para o gênero de espionagem, mas o fator Assayas tem grande peso no tratamento de personagens. Ao invés de focar inteiramente no grupo formado por Wagner Moura, Ramirez e Gael Garcia Bernal, o diretor dá muita atenção ao fator familiar que os cerca. Penélope Cruz, intérprete de uma esposa cubana que é deixada na ilha pelo marido, ganha tempo mais que suficiente em tela para que suas dores sejam explícitas e tão marcantes quanto o fato da contrarrevolução que o grupo de homens desertores está disposto a fazer.

Justamente pelo foco de Assayas ser o lado humano e reflexivo de seus personagens, o filme custa a evoluir narrativamente. Por muitas vezes é inegável sentir um certo marasmo nas situações abordadas e nas dúvidas dos principais personagens, cujos diálogos raramente saem do mesmo lugar. Há um certo didatismo neles, assim como já é possível entender toda a trama em torno de uma hora de projeção. A partir daí, não existe evolução no texto ou na montagem.

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