Foto: O poeta Vinicius de Moraes e o cantor Chico Buarque
(*) Walber Gonçalves de Souza
Dizia o grande poeta brasileiro Vinícius de Moraes “eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores… mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos”.
Para o cantor e compositor mineiro Milton Nascimento “amigo é coisa para se guardar do lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam “não”, mesmo esquecendo a canção, o que importa é ouvir a voz que vem do coração”.
No livro mais vendido do mundo, a Bíblia, está registrado, “um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou descobriu um tesouro; nada é comparável a um amigo fiel, o ouro e a prata não merecem ser postos em paralelo com a sinceridade de sua fé”.
O filósofo modernista Francis Bacon afirmava: “Não há solidão mais triste do que a do homem sem amizades. A falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto”.
Já Platão, um dos mais famosos filósofos da humanidade, anunciava que “a amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro”.
O líder Confúcio pregava aos seus seguidores na China, “para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade”.
Cícero, escritor romano, propagava “quem afasta a amizade da vida parece que arranca o sol do mundo, pois os deuses imortais não nos deram nada melhor nem mais doce” e completava “Não há nada mais gratificante do que o afeto correspondido, nada mais perfeito do que a reciprocidade de gostos e a troca de atenções”.
O dramaturgo Albert Camus dizia “não caminhe detrás de mim, posso não te guiar. Não ande na minha frente, posso não seguir-te. Simplesmente caminhe ao meu lado e seja meu amigo”.
A vida sem amigos seria uma vida solitária, sem sentido. Somos seres sociais, dependentes uns dos outros. Na inversão dos valores no qual a humanidade está passando o valor atribuído às amizades parece estar se alterando. Talvez um motivo a mais para a angústia do próprio ser humano. Pois sem amigos não há com quem partilhar derrotas e nem tão pouco comemorar alegrias. Imaginemos um velório vazio ou um aniversário esquecido, são situações antagônicas, mas geram o mesmo sentimento: de solidão.
Assim sendo, já diria o Rei Roberto Carlos, “eu quero ter um milhão de amigos”. Amigos diversos para situações distintas, amigos para conversar, trabalhar, comemorar, chorar, abraçar, discutir, zoar, compartilhar a vida que se gasta sem parar.
Por isso, cuidemos, zelemos pelos nossos amigos. Como diria o poeta francês Eustache Deschamps “os amigos são parentes que nós mesmos escolhemos “. E neste sentido ter uma parentada boa só depende de cada um de nós, das nossas escolhas, dos nossos amigos.
E a afinal de contas, quem precisa de amigos? Todos nós.
(*) Walber Gonçalves de Souza é professor e escritor.