terça-feira, novembro 26, 2024
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Projeto Harpia tenta encontrar ave rara no PERD

A harpia é considerada uma das maiores águias florestais do mundo

IPATINGA – O Projeto Harpia tenta identificar e registrar a presença da ave, considerada uma das maiores águias florestais do mundo, no Parque Florestal do Rio Doce (PERD). A harpia, segundo o biólogo Everton Miranda, PhD em Ecologia Aplicada, ocorre no bioma da floresta tropical, do neotrópico. Conforme ele a harpia ocorria no cerrado, próximo ao rio São Francisco, Sul do México até o Norte da Argentina, América Central, Amazônia e em biomas da Mata Atlântica.

REGISTRO NO PERD

O Parque Estadual do Rio Doce (PERD), maior fragmento de Mata Atlântica de Minas Gerais (MG), é o local onde o único registro de Harpia é datado no ano de 1977. Com isso, esta é uma das poucas localidades em que a espécie foi registrada no estado.

Ainda segundo Everton Miranda, em entrevista ao episódio 6 do Uru Podcast, “a população de harpia está extinta em mais de 40%. A distribuição histórica da espécie ocorre em 1% da Mata Atlântica e em 93% da Amazônia. Na Mata Atlântica a harpia foi avistada em Floretama e Linhares, no Espírito Santo; no Mato Grosso e Panamá.

A equipe do Projeto Harpia realizou uma primeira incursão no PERD, no início de março de 2023. A iniciativa contou com o apoio da equipe do Projeto Tatu-Canastra e durante cinco dias, foram realizadas ações de reconhecimento da área, buscas ativas e voos de drones à procura de ninhos.

OTIMISMO

Após esta primeira atividade a equipe ficou otimista, tendo em vista que a estrutura da floresta, presença de presas e de grandes árvores emergentes com forquilhas (que são qualificadas para ninhos), condizem com um habitat esperado para Harpia. Além disso, foi averiguado um registro de um jovem de gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) realizado por um guarda-parque, indicando uma possível área de nidificação da espécie.

A dieta da harpia são as preguiças, tatus e macacos de grande porte. Estas grandes aves nidificam nas maiores árvores do ecossistema onde habitam.

O Projeto Harpia acredita que o PERD ainda seja uma área em potencial para a existência da espécie e, com o apoio da Plataforma Semente (@novosemente), do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e do Instituto Últimos Refúgios (@ultimosrefugios), a equipe adquiriu recursos para realizar atividades na tentativa de investigar a presença ou a ausência dessa e de outras espécies de grandes águias florestais nesta que é uma importante Unidade de Conservação do bioma.

O Projeto Harpia recebeu apoio de projetos que fazem parte do #UnidosPeloPERD e que possui conhecimento da área e foi de grande ajuda para a permanência da equipe nesta ação e demonstrando a importância da integração entre as diversas iniciativas para a troca de experiências.

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