A capital mineira foi palco nesta quarta-feira (23/04) da Plenária Estadual da Educação, no contexto da 26ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Escola Pública, convocado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). A Plenária é uma iniciativa do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). A atividade também é preparatória para a IX Conferência Estadual de Educação do Sind-UTE.

A coordenadora geral do Sind-UTE/MG, Denise de Paula Romano, destacou que a Plenária Estadual acontece em um contexto marcado por intensos ataques à educação pública, tanto em nível estadual quanto nacional. “Educadoras e educadores se reúnem para debater os constantes ataques à categoria e à escola pública, e reafirmar o compromisso com um projeto de educação emancipadora, democrática e humanizadora”, disse ela.
A plenária fez uma homenagem ao Papa Francisco, falecido na última segunda-feira. “Nosso agradecimento a tudo que o Papa significou para nós educadores, pobres deste mundo, nos ensinando a não perder a esperança”, disse Denise após a salva de palmas em honra do pontífice.
CONCEITO
Ao falar sobre a escola pública a professora da Universidade de Brasília (UnB), Catarina Santos Almeida, disse que a escola precisa atender a sociedade como um todo e para ser assim ela não pode ser financiada por um grupo específico, mas pelo próprio estado. “Sobre o conceito de escola pública, a gente precisa se perguntar quem é o público majoritário e porque a gente precisa de escola pública, porquê a educação, sobretudo neste País, sempre foi um privilégio de alguns e ela só passa a ser tornar direito em 1988, com a Constituição, que estabelece que a educação é direito de todas as pessoas”.
ESPAÇO DEMOCRÁTICO
O diretor do Sind-UTE/MG, Luiz Fernando de Souza, se reportou a Paulo Freire e ao Papa Francisco para lembrar o caráter humanitário e inclusivo da educação e seu papel na sociedade. “A escola é na verdade um lugar onde ainda conseguimos pensar democraticamente a partir da pluralidade e da diversidade em termos de projeto de nação, de uma sociedade que acolha todo mundo, dentro de um propósito mais justo, mais solidário, por um meio ambiente mais bem cuidado. É isso que a gente faz na escola quando discute o saneamento básico, por exemplo”, pontuou.
LUTAS
Durante o encontro foram debatidas as iniciativas adotadas para barrar os ataques à educação pública, a começar pelos processos de privatização que estão sendo levados a cabo em diversos estados do País. Em Minas Gerais, o Sind-UTE conseguiu uma liminar na justiça suspendendo a ampliação do Projeto Somar, que é a forma encontrada pelo governo para transferir a gestão das escolas públicas às Organizações da Sociedade Civil.
A valorização dos trabalhadores e trabalhadoras em educação com pagamento de salários justos e a defesa do Piso Salarial Nacional foi outro tema abordado na Plenária, num momento e, que a ALMG se prepara para votar o Projeto de reajuste do governo Zema, que não contempla as necessidades da categoria.
PARTICPANTES
Participam da atividade a professora Catarina Santos Almeida, da Universidade de Brasília (UnB); Luiz Fernando de Souza Oliveira, diretor estadual e coordenador da Subsede de Betim; e Aline Maia Silva, diretora estadual e coordenadora da Subsede de Barbacena. A mediação dos debates ficou a cargo da coordenadora geral do Sind-UTE/MG, Denise de Paula Romano, que também compôs a mesa de discussões.