Na segunda-feira (17), o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins considerou a paralisação ilegal e abusiva
BRASÍLIA – A Federação Única dos Petroleiros (Fup) reafirmou, nesta terça-feira (18), que a greve dos petroleiros vai continuar. A paralisação chega ao seu 18º dia com 21 mil trabalhadores mobilizados em mais de 120 unidades do Sistema Petrobrás. O anúncio acontece depois que o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra Martins considerou a paralisação ilegal e abusiva.
DECISÃO “MONOCRÁTICA”
Em decisão anunciada na segunda-feira, o ministro autorizou a Petrobras a tomar as medidas administrativas cabíveis contra a categoria, com aplicação de eventuais sanções disciplinares.
A Fup considerou a medida “monocrática” e deu a orientação de que os petroleiros mantenham a greve e sigam as recomendações dos sindicatos em relação às tentativas de intimidação e assédio dos gestores da Petrobrás.
Até a segunda-feira, a federação contabilizava a paralisação de 58 plataformas, 24 terminais, 11 refinarias, 8 campos terrestres, 8 termelétricas, 3 Unidades de Tratamento de Gás (UTGs), 1 usina de biocombustível, 1 fábrica de fertilizantes, 1 fábrica de lubrificantes, 1 usina de processamento de xisto, 2 unidades industriais e 3 bases administrativas.
Os petroleiros protestam contra o anúncio de fechamento da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR) pela atual gestão da Petrobras, na cidade de Araucária (PR). O fim da empresa representa a demissão em massa de trabalhadores do setor. A FUP sustenta que mil funcionários diretos e terceirizados podem ser dispensados e quase 4 mil trabalhadores indiretos podem ser afetados.
PETROBRAS
Em nota divulgada no dia 14, a Petrobras diz que as unidades seguem operando em condições de segurança, com equipes de contingência formadas por empregados que não aderiram à greve e contratações temporárias autorizadas pela Justiça. A estatal afirmou ainda que está realizando o desconto dos dias não trabalhados dos empregados que aderiram ao movimento grevista.
“O desconto será realizado porque não houve a contraprestação do serviço, ou seja, os empregados não realizaram o trabalho para o qual são contratados”, escreveu a empresa.