BRASÍLIA – O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) protocolou hoje (28), na Secretaria Geral da Mesa do Senado, o requerimento de criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar supostas irregularidades no MEC (Ministério da Educação). Agora, a oposição espera um posicionamento do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O argumento para a instalação de uma CPI ganhou força após as suspeitas de interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações contra o ex-ministro da pasta Milton Ribeiro. Em uma ligação interceptada pela PF (Polícia Federal), Ribeiro disse à sua filha que recebeu informações de Bolsonaro teria tido um “pressentimento” de uma possível operação de busca e apreensão.
ASSINATURAS
Para criar uma CPI, são necessárias ao menos 27 assinaturas. O senador Randolfe Rodrigues foi responsável por colher o número regimental mínimo de apoiamentos e, até hoje, havia conseguido 29 nomes. Os últimos a serem incluído entre os apoiadores foram os dos senadores Izalci Lucas (PSDB-DF) e Marcelo Castro (MDB-PI), presidente da Comissão de Educação da Casa.
DISSUASÃO
Aliados de Bolsonaro trabalhavam, contudo, para dissuadir alguns desses parlamentares, como o caso de Eduardo Braga (MDB-AM) e Giordano (MDB-SP). O senador amazonense reforçou que irá manter a assinatura — ele também foi um dos membros da CPI da Covid, que investigou as ações do governo no combate à pandemia. Já Giordano ainda não se pronunciou. Até a noite de ontem, Randolfe confirmou que o nome dele ainda constava entre os apoiadores da proposta.