Propagação de novo vírus levanta temor da SARS, síndrome também viral que matou mais de 600 pessoas nos anos 2000
PEQUIM – Um novo vírus matou seis pessoas na China e registrou até o momento 300 casos de infecção. O país, que está prestes a entrar em um feriado longo, teme que o vírus se propague mais rapidamente por causa da alta movimentação. Cerca de 920 pessoas se encontram em observação como possíveis infectados.
A OMS se reunirá, na próxima quarta-feira (22), para decidir se o surto deve ser considerado uma “emergência de saúde pública internacional”. O órgão utilizou essa denominação poucas vezes, como no caso do vírus H1N1 (2009), na epidemia do vírus Ebola (2014-2016) ou no vírus da Zika (2016).
O governo chinês classificou o surto da mesma forma que a SARS, o que implica aos infectados seguir uma quarentena obrigatória e possíveis restrições de viagem.
O VÍRUS
O vírus pertence a uma cepa desconhecida de coronavírus, uma família de patógenos que inclui desde resfriados comuns até a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), que matou 349 pessoas na China continental e 299 em Hong Kong entre os anos de 2002 e 2003.
Arnaud Fontanet, à frente do departamento de epidemologia do Instituto Pasteur, em Paris, explicou que a cepa do vírus atual é 80% idêntica geneticamente a da SARS. A China compartilhou o genoma do vírus com cientistas de outros países, que foi temporariamente denominado de “2019-nCoV”.