segunda-feira, outubro 7, 2024
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O genocídio brasileiro

(*) Fernando Benedito Jr.

O caso é que não basta ser um genocida. Vez por outra esses sujeitos surgem na história com a idéia fixa de que eliminar parte da raça humana é a solução para os problemas dos povos, sejam eles econômicos, políticos, religiosos ou étnicos.

Para ser um genocida, em primeiro lugar, é preciso ser um psicopata, ainda que a doença não seja plenamente diagnosticada. Sê-lo exige critérios, um perfil elaborado. Por exemplo, é preciso ter ódio, sangue frio, ser mentiroso e mau caráter. A canalhice é um critério inerente a qualquer genocida.

O perfil de Hitler, por exemplo, era bem parecido com o que conhecemos hoje. Não mudou muito, talvez houvesse um pouco mais inteligência naquela época. Os nazistas sabiam o que queriam, embora o desprezo pela raça humana seja o mesmo. O criador do Reich também achava que deveria se repetir a mentira diversas vezes até que se tornasse verdade. E criava o caos em cima do caos para que o povo alemão não visse a tragédia que estava acontecendo ou para que sua memória se apagasse mais rápido.

A Guerra dos Bálcãs é outro exemplo relativamente recente de que o perfil dos genocidas, alguns deles julgados em Haia e presos, não mudou muito desde a ascensão e queda do nazismo. A carnificina comandada pelos chefes militares dos Bálcãs levou a região à idade da pedra, com filas de refugiados marchando perdidos pelas montanhas, mulheres sendo violentadas, vilas inteiras sendo massacradas.

No Oriente Médio, tipos como Saddam Hussein, no Iraque, ou Muamar Kadhafi, na Líbia, foram representantes de como os príncipes genocidas tratavam seus súditos. Foram depostos e mortos, mas acabaram substituídos por outros não menos genocidas.

Em todos estes casos, o desprezo pelo amor, pela vida, pela verdade, foram marcas indeléveis da personalidade de cada um.

“Esses duzentos e tantos mil mortos”, frase desprezível pronunciada por um ser ainda mais desprezível, mentiroso e canalha, que se refestela em banquetes palacianos com leitão assado enquanto o povo morre nas filas de UTIs, é uma demonstração de como pensam e agem os milicianos genocidas quando no poder. Ou mesmo fora dele, quando se tornam mais invisíveis.

O problema se avoluma demasiado quando líderes assim encontram apoiadores que lhe dão sustentação para seguir em sua causa genocida, lastreada em mentiras, políticas de ódio, incitação à violência, ao desrespeito às instituições democráticas e mortes, muitas mortes, milhares delas. Lamentável, porque, das duas uma: ou tem muita gente mal informada e manipulada ou tem muita gente, digamos, de caráter corrompido.

(*) Fernando Benedito Jr.

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