segunda-feira, novembro 25, 2024
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Mutirão carcerário vai beneficiar o sistema prisional de Minas Gerais

Presidente do STF e do CNJ, Rosa Weber anunciou a iniciativa; no estado, serão analisados 65 mil processos

BELO HORIZONTE – A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Rosa Weber, cumpriu agenda em Belo Horizonte na quinta-feira (27) para lançar oficialmente no estado o novo Modelo Nacional de Mutirão Carcerário do CNJ, chamado de Mutirão Processual Penal. A iniciativa vai beneficiar o sistema prisional mineiro porque deve resultar na diminuição da lotação de algumas unidades prisionais.

A agenda foi acompanhada pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Rogério Greco, pelo secretário-adjunto, coronel Edgard Estevo, além de representantes do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG).

PERÍODO

Os trabalhos de revisão processual vão até 25/8, em todos os estados do país. Em Minas, serão analisados 65 mil processos em um esforço conjunto que contará com o apoio de mais de 500 juízes e mais de 2 mil servidores, sem prejuízo das atividades rotineiras. Participam do mutirão o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), a Defensoria Pública de Minas Gerais (DPMG), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Minas Gerais (OAB/MG).

“A finalidade do mutirão é sempre desafogar, fazer revisões e retirar do sistema quem não precisa estar nele. Será uma ação positiva para Minas”, ressaltou o secretário Rogério Greco, que acompanhou o dia de agenda da ministra. O titular da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) destaca que “o Governo de Minas está investindo R$ 74 milhões em reformas do sistema prisional, de tal forma que é bom que a ministra venha para confirmar tudo o que o governo está fazendo”.

DESVENDAR ROSTOS

No discurso do lançamento do mutirão, em evento no TJMG, Rosa Weber destacou a importância da ação. “Seguramente, os mutirões foram e são essenciais para desvendar rostos, garantir a voz e perceber que existem pessoas que estão confinadas sob a proteção do Estado e muitas delas esquecidas dentro do sistema prisional. Um sentimento de esquecimento que resulta na quebra do pertencimento social desses seres humanos. Os mutirões jogam luz sobre a situação”, afirmou.

2ª POPULAÇÃO CARCERÁRIA

Já o desembargador da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça e supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e das Medidas Socioeducativas (GMF), José Luiz de Moura Faleiros, disse que Minas está entre os cinco estados selecionados para visita da comitiva do CNJ por ter a segunda população carcerária do país, atrás apenas de São Paulo.

“Por conta desse volume, há uma quantidade significativa de processos a serem averiguados. O trabalho tem foco principalmente nas mulheres em situação de risco, população LGBTQIA+, pessoas vulneráveis, em situação de risco e migrantes das diferentes regiões”.

VISITA À PRISÃO

A ministra Rosa Weber também visitou a Penitenciária Professor Jason Soares Albergaria, que fica em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), durante passagem pela capital. A unidade é exclusiva para detentos LGBQIA+ no estado e é uma das duas únicas existentes em todo o Brasil. No estado, o direcionamento de presos com esse perfil é feito mediante solicitação, por meio de documento auto declaratório.

“A situação de aprisionamento não é uma vivência padrão ou uniforme para todos. Há singularidades que também se reproduzem no ambiente prisional. É necessário compreendermos que mesmo nas prisões temos que individualizar o tratamento das pessoas, sobretudo de grupos específicos que demandam atenção especial, como o público LGBTQIA+”, destacou a ministra Rosa Weber. “O diretor da unidade está recolhendo o respeito dos detentos. É uma via de mão dupla: respeitamos para sermos respeitados. E assim as coisas melhoram”.

Para o corregedor-geral de Justiça do TJMG, Luiz Carlos de Azevedo Correa Junior, a visita da ministra retrata a transparência, tanto do Estado quanto do Poder Judiciário, ao mostrar como a execução penal é realizada em Minas Gerais. “A presença da ministra, além de orgulho para Minas Gerais, traz a importância do exercício contínuo da fiscalização do sistema carcerário”, pontuou.

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