(DA REDAÇÃO) – O Gabinete de Segurança de Israel aprovou um plano para que as Forças Armadas do país assumam o controle da Cidade de Gaza, poucas horas depois de o primeiro ministro Benjamin Netanyahu reafirmar a intenção de expandir a presença militar para todo o território palestino. A decisão ocorre apesar do aumento das críticas internas e internacionais à guerra, que se aproxima de dois anos de duração.
Segundo comunicado divulgado pelo gabinete nesta quinta-feira (7), a operação faz parte da “proposta para derrotar o Hamas” e será acompanhada do fornecimento de ajuda humanitária à população que estiver fora das zonas de combate. De acordo com o jornal The Times of Israel, também deve exigir a retirada dos civis da Cidade de Gaza onde atualmente estão cerca de 800 mil pessoas.
HAMAS
O grupo extremista Hamas chamou a decisão de Israel de tomar a Cidade de Gaza, em nova ofensiva militar, de “crime de guerra”.
A utilização do termo “controlar” no lugar de “ocupar” em comunicado sobre avanço militar na capital da Faixa de Gaza é malabarismo para “fugir da responsabilidade legal”, diz o grupo. Em comunicado divulgado hoje, o Hamas afirmou que Israel faz crimes de guerra e quer “evitar as consequências dos crimes brutais contra civis”.
O Hamas também afirmou que a decisão de Netanyahu coloca a vida dos reféns israelense em risco. “Eles sabem que aumentar as agressões significa sacrificar os reféns”, diz trecho do comunicado. A estimativa do governo israelense é de que 50 reféns tomados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 continuem no enclave, e que 20 deles estejam vivos.
MUNDO CONDENA PLANO
O primeiro ministro da Alemanha Friederich Merz, anunciou nesta sexta-feira (8) que o país suspenderá a exportação de equipamentos militares para Israel. A libertação dos reféns israelenses e as negociações por um cessar-fogo são as principais prioridades da Alemanha, disse o premiê em um comunicado.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou em um comunicado que o plano anunciado é um “erro” e que o governo de Netanyahu deveria “reconsiderá-lo imediatamente”.
A Turquia pediu que o Conselho de Segurança da ONU aja para impedir a implementação do plano e condenou a expansão do conflito. O ministro de Relações Exteriores turco disse que Tel Aviv precisa interromper o avanço militar, aceitar um acordo de cessar-fogo e negociar uma solução de dois estados.
Dinamarca, Jordânia, Austrália, China e Holanda também se juntaram à lista de países que criticaram publicamente o plano de Israel. Eles pedem que Netanyahu volte atrás na decisão. A Bélgica reagiu convocando de volta a embaixadora de Israel, Idit Rosenzweig-Abu.