Empresa havia divulgado nota negando responsabilidade no incidente
IPATINGA – O mau-cheiro provocado em toda a região do Vale do Aço no último dia 11 foi provocado pela Cenibra, conforme a 9ª Promotoria de Justiça de Ipatinga. Declaração do Ministério Público foi feita nesta terça-feira, uma semana após o incidente, quando a Cenibra divulgou uma notando negando a responsabilidade no caso. Ainda segundo a nota do MP, baseada em informações da empresa, a emissão, que usualmente acontece apenas por alguns minutos, por uma falha no sistema, ocorreu por mais de 7h.
A íntegra da nota do Ministério Público é a seguinte
Em complementação à nota emitida em 12 de fevereiro de 2020, o Ministério Público informa que foi detectada a emissão de gases mercaptanas (GNC – Gases Não Condensáveis – Mercaptanas) pela empresa Cenibra, por um tempo maior que o usual, no dia 11 de fevereiro de 2020, no período de 16h às 23h30. Segundo informou a empresa, a emissão, que usualmente acontece apenas por alguns minutos, por uma falha no sistema, ocorreu por mais de 7h.
O evento detectado pela empresa, combinado com as condições meteorológicas de predomínio de vento nordeste, direção Governador Valadares-Ipatinga, é compatível com a ocorrência de odores desagradáveis registrada na noite de 11 de fevereiro de 2020.
Como mencionado na nota emitida em 12 de fevereiro de 2020, a exposição não prolongada a baixas concentrações de gases mercaptanas não tende a causar consequências graves à saúde. No entanto, considerando as alterações causadas no estado de bem-estar físico, mental e social da população do Vale do Aço, e ainda em razão da poluição atmosférica, o Ministério Público buscará uma compensação junto à empresa pelos interesses difusos atingidos.
A empresa Cenibra informou ao Ministério Público que tem interesse em firmar acordo prevendo termos para o monitoramento de gases oriundos do seu processo produtivo, bem como compensação pela ocorrência de 11 de fevereiro de 2020.
Ipatinga, 18 de fevereiro de 2020.