FOTO: Jovem na avenida Paulista enfrenta mercenário que defende a “ucranização” do Brasil
(*) Fernando Benedito Jr.
Até então acuados pela pandemia, excetos pelos panelaços e algumas manifestações isoladas aqui e acolá, os opositores de Bolsonaro resolveram sair às ruas reagindo contra o fascismo do governo e seus asseclas. Por enquanto capitaneados pelas torcidas organizadas antifascistas, os movimentos contra o governo ganham força com manifestos suprapartidários como o #Somos70%, #Vidasnegrasimportam, #Estamos juntos, frentes populares e sociais, que os fascistas querem criminalizar como grupos terroristas. Acostumado às manifestações em favor do governo, sem enfrentar reação, organizados em acampamento paramilitar armado com Brasília, milícias digitais, carreatas da morte, atos que defendem a tortura, a volta da ditadura e do AI-5, fechamento do Congresso e do STF, o racismo, a homofobia e agressões a qualquer um que se coloque contra ao genocídio praticando pelo governo e seus seguidores, os fascistas começam a sentir a reação das ruas em defesa da democracia.
Sobe o tom e a temperatura na oposição, que deve ir no crescendo a partir de agora, como um basta ao necrogoverno de milicianos. Claro, não sem uma contraofensiva das forças do atraso e do conservadorismo que tentam tipificar como terrorista os atos contra o fascismo – seguindo orientação de Donald Trump, que ameaça chamar o exército contra os manifestantes conflagrados pelo racismo que resultou na morte de Floyd. No Brasil, contam com o apoio da tropa de choque bolsonarista no Congresso e da polícia militar, que protege e escolta os verdadeiros terroristas armados, enquanto estudantes, negros e pobres são contidos na ponta do fuzil, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Mais uma vez, é o necrogoverno agindo impiedosamente, como se não bastasse o genocídio pelo descaso com o coronavírus, as mortes de jovens negros nas periferias, assassinados pela polícia.
É certo que a reação popular vai enfrentar a violência da contraofensiva fascista. E não haverá paridade de armas nesta luta em defesa da liberdade e do Estado democrático de direito, mas também não houve facilidades na luta contra a ditadura.
O enfrentamento contra o autoritarismo é assim mesmo, desigual. É o reflexo da sociedade. Venceremos e eles não passarão!
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do Diário Popular.