IPATINGA – O médico Emílio Gomes Fernandes morreu neste sábado, aos 95 anos de idade. Dr. Emílio era médico obstetra e foi responsável por milhares de partos em Ipatinga (ele contabilizou mais de 20 mil), sendo responsável pelo nascimento de uma geração de ipatinguenses.
Ele chegou ao então distrito de Coronel Fabriciano em 1959, como médico convidado da Usiminas. Emílio Gomes era natural de São Domingos do Prata e formou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele deixa a esposa Teresinha Ferrer Fernandes (a primeira mulher a ser eleita para a Câmara Municipal de Ipatinga), os filhos Emílio Celso, Fernando Ferrer, Flávio e Cíntia.
Além da atuação na área médica, Emílio Gomes Fernandes teve intensa participação na vida política e comunitária do município, onde foi candidato a prefeito municipal.
TRAJETÓRIA
Em entrevista concedida à jornalista Bruna Lage, do jornal “Diário do Aço”, em fevereiro de 2020, dr. Emílio Gomes Fernandes contou que chegou a Ipatinga no final da década de 50 a convite do diretor de Relações Públicas da Usiminas, Mário Rola, para ser médico da empresa. Emílio chegou a Ipatinga acompanhado de Terezinha Ferrer, que era odontóloga e fechou o consultório no Rio de Janeiro para acompanhá-lo na jornada ipatinguense.
Ele contou que quando chegou em Ipatinga os atendimentos eram realizados nas casas das pessoas, já que não havia hospital.
Dr. Emílio fundou a Casa de Saúde Terezinha em 1961. Com a inauguração do Hospital Márcio Cunha, em 1965, passou a atender na instituição até sua aposentadoria. Em 2019, encerrou as atividades como médico.
Em entrevista à revista “Caminhos Gerais”, sobre a história dos primeiros médicos do Vale do Aço, Dr. Emílio conta que a inauguração da Casa de Saúde Santa Terezinha, garantiu o atendimento médico a todos os moradores do distrito, independentemente de sua ligação com a Usiminas. Além dele, atendiam na Casa de Saúde Santa Terezinha os médicos Paulo Pinto, José de Ávila, Derly Mendes Gomide, Paulo Franco, César Villamarim, Abner Penna e Maurício Mauro Martins.
Ele lembra que a maior parte dos atendimentos eram feitos no Hospital Siderúrgica em Coronel Fabriciano.
Emílio Gomes lembrou ainda o atendimento aos feridos no massacre de 7 de outubro de 1963. “Tivemos muitos feridos e, para poder prestar os primeiros socorros, desenhávamos em nossas camisas o sinal da cruz para não sermos confundidos e poder realizar o nosso trabalho”, contou à “Caminhos Gerais”.
DESPEDIDAS
O velório do médico será realizado neste domingo, das 10 às 15 horas, no Funeral Hall, à avenida Zita de Oliveira, 190, centro, Ipatinga.
O sepultamento será realizado no domingo, às 15:00h, no Cemitério Parque Senhora da Paz.