Ministra afirmou que está em diálogo com o Ministro da Educação Abraham Weintraub para tratar dos benefícios da iniciação sexual tardia
BRASÍLIA – O Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH) divulgou uma nota, nesta sexta-feira (10), afirmando que está em formulação a política pública com abordagem sobre os benefícios da iniciação sexual tardia por adolescentes como estratégia de prevenção primária à gravidez na adolescência. A pasta afirma que ainda não é possível apresentá-la em detalhes para a sociedade, nem prever custos e as ações previstas.
ABSTINÊNCIA SEXUAL
No texto, o Ministério afirma que o programa não irá se contrapor às políticas de estímulo ao uso de preservativos e outros métodos contraceptivos, será complementar. Também aponta que a proposta se dá com base em estudos científicos que apontam resultados exitosos dessa alternativa de iniciação sexual em idade tardia. No entanto, apenas uma referência é citada, um estudo do pesquisador Marlon Derosa, a partir de uma experiência com garotas do Ensino Médio, no Chile.
Derosa narra que analisou a vida de mil garotas por quatro anos após terem participado de programas de educação sexual, meninas que tinham passado por programas de educação sexual com a abordagem comum, onde se faz a apresentação de alternativas de métodos de contracepção artificial e preservativo (vamos chamar “baseado em contracepção”); e jovens que receberam a chamada “educação afetiva”, onde são ensinados valores e características inerentes à essa fase da vida, as consequências inerentes ao ato sexual (possibilidade de gravidez), a importância dos relacionamentos afetivos e emocionais saudáveis, etc.
A taxa de gravidez na adolescência verificada entre o grupo de jovens que receberam a orientação sexual “baseada em contracepção” foi de 5 em cada 100 jovens, enquanto as jovens que passaram pelo “programa de abstinência”, baseado na responsabilidade, foi de apenas 1 para cada 100 jovens. Ou seja, 4 vezes menos gestações precoces, apresenta o estudo.
Defensora da abstinência sexual como método de preservação sexual, a ministra Damares Alves afirmou que o assunto está na pauta que vem sendo tratada em conjunto com o ministro da Educação, Abraham Weintraub.