(*) Fernando Benedito Jr.
Foto: Zema lendo o folder de cabeça para baixo
Nunca achei que Romeu Zema fosse uma pessoa merecedora de confiança, credibilidade e respeito. Pode ter votação unânime em Minas Gerais, mas não significa que vá ter meu apreço. Sempre o tive em baixíssima conta –
como se minha opinião importasse e lhe interessasse. Além de não concordar com suas posições e opiniões, quando as tem, o considero inculto, é falante de um sotaque horroroso, além de ser um profeta do atraso. Durante a campanha chamou Lula de ladrão várias vezes e disse que ele não era benvindo ao Estado, como se fosse dono das Minas Gerais. Agora, o bajula.
Alinhadíssimo a Bolsonaro, como bom oportunista, tenta entrar no vácuo de sua inegebilidade, continua contra as vacinas, deixa o Estado padecer de dengue, zika, chikungunya, malária, sarampo; trata a educação e os educadores da pior maneira; é fisiológico e oportunista, enfim, não é nenhum suprassumo de qualidades.
Minha “birra” começou com a aquela história de meritocracia, aquele papo de empresário de sucesso que iria transformar o Estado numa grande empresa igualmente de sucesso, lucrativa, sem dívidas – como as dele. Piorou quando ele veio com aquela rima de zema com cremogema. Quando foi indagado se estava ouvindo nos bastidores de uma gravação e respondeu: “eu ouvo!”, tive ganas de esganá-lo, mas não tanto quando perguntou ao radialista de Divinópolis se Adélia Prado trabalhava na emissora. Aí deu gastura total.
Então, minha relação com Romeu Zema é mais ou menos assim: ele pra lá, eu pra cá.
É melhor que seja assim. Penso que Minas não merece isso.
(*) Fernando Benedito Jr. é editor do DP.