(DA REDAÇÃO) – O presidente da Argentina Javier Milei, do partido La Libertad Avanza, sofreu uma dura derrota nas eleições legislativas da província de Buenos Aires neste domingo. A eleição foi considerada pelos setores da esquerda argentina como um plebiscito do governo de Milei e das polêmicas medidas que tem adotado. A eleição ocorreu num momento em que seu governo é alvo de sérias denúncias de corrupção e recebimento de propina, envolvendo sua irmã Karina Milei. Com base na contagem provisória, com 93,21% dos votos (23h00, em Brasília), o partido governista La Libertad Avanza obteve 33,8% dos votos, atrás da coligação Fuerza Patria, que reúne a oposição kirchenerista e peronista, com 47,12% dos votos.
Os “bonaerenses” foram às urnas para escolher 46 deputados e 23 senadores provinciais. Com a vitória, o Fuerza Patria, que governa a província de Buenos Aires desde 2019, ficará com 13 dos 23 assentos no Senado e 21 dos 46 na Câmara.
A LLA, por sua vez, ficará com 8 dos 46 assentos no Senado e ainda 18 assentos na Câmara Baixa, que conta com um total de 92 cadeiras – nem todos os atuais parlamentares foram escrutinados.
DERROTA CLARA
“Hoje tivemos uma derrota clara e, se alguém quiser começar a reconstruir e seguir em frente, a primeira coisa que precisa ser aceito é o resultado. Hoje, os resultados não foram positivos, tivemos um revés eleitoral e isso precisa ser aceito”, reconheceu Javier Milei.
A ex-presidenta da Argentina Cristina Kirchner (23207-2015, que cumpre prisão domiciliar, é o principal rosto da vitória, saiu à varanda sua casa para comemorar e saudar centenas de apoiadores ali reunidos.
“Viu, Milei? Banalizar o ‘Nunca Mais’, que representa o período mais negro e trágico da história argentina, não é grátis. Rir da morte e da dor de seus oponentes, tampouco. Mas aponta com o dedo e estigmatizar pessoas com deficiência, enquanto sua irmã cobra 3% de propina de seus medicamentos, é letal”, escreveu Cristina em seu perfil na rede social X para, em seguida criticar, uma a uma as várias políticas e ações do presidente durante seu mandato.