domingo, novembro 24, 2024
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Lula exonera comandante do Exército

General Tomás Miguel Paiva (foto), que assume o comando, defendeu esta semana a democracia e o respeito ao resultado das urnas durante solenidade no Comando Militar do Sudeste

BRASÍLIA – O presidente Lula (PT) exonerou o general Júlio César de Arruda do comando do Exército hoje (21). O substituto será o atual comandante militar do Sudeste, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva. A destituição se dá em meio a um momento delicado na relação entre o governo e as Forças Armadas, após os atos golpistas de 8 de janeiro.

Em vários momentos, com razão, o presidente Lula manifestou sua desconfiança em relação a setores do Exército que facilitaram os ataques às instituições do Planalto no 8/1.

DEFESA DA DEMOCRACIA

O novo comandante do Exército, ganhou o noticiário esta semana depois de um discurso defendendo a democracia e o resultado das eleições, durante solenidade de homenagem aos soldados mortos em Missão de Paz no Haiti. Tomás Miguel Paiva foi claro e reiterou por mais de uma vez durante o discurso no Comando Militar do Sudeste que é preciso respeitar o resultado das urnas, que não se goste dele e que o Exército é uma instituição apartidária que deve cumprir sua função de órgão do Estado, independentemente de quem esteja no governo.

ALTO COMANDO

Hoje, por volta do meio dia, o Alto Comando fez uma reunião por videoconferência e o ainda comandante Arruda falou aos pares “sobre o que estava acontecendo”. No momento, o Exército diz que manifestações devem sair do Ministério da Defesa, que também não se pronunciou. Um dos principais motivos da destituição seria falta de confiança por parte de Lula com o comandante. Arruda assumiu o cargo no dia 30 de dezembro, para ajudar a administrar a posse presidencial, mas teve a relação abalada com Lula depois de indícios de inação por parte do Exército durante os atentados.

DESBOLSONARIZAÇÃO

O agora ex-comandante se mostrava resistente ao processo de desbolsonarização que Lula vem promovendo no governo, o que incomodava o presidente, chefe das Forças Armadas.

O general Arruda também teria se manifestado, pessoalmente, ao ministro da Justiça Flávio Dino conta retirada dos golpistas das imediações do quartel-general em Brasília.

Fontes militares do novo governo afirmam que o presidente ficou incomodado com a situação do antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, que assumiria, nos próximos dias, o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia.

Segundo um auxiliar de Lula, o ex-assessor de Bolsonaro “está subjudice” por contas das investigações que avançam contra o militar. A nomeação de Cid para o posto já estava decidida desde maio do ano passado quando foi publicada a designação dele e de todos os outros comandantes nomeados para o biênio 2023-24.

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