SÃO PAULO – O protocolo russo exigiu que o presidente Jair Bolsonaro (PL) permaneça confinado em seu hotel, em Moscou, até que ocorra a reunião com o presidente Vladimir Putin, na quarta-feira. O otivo são as rígidas regras sanitárias no Kremlin. A informação é do colunista do UOL, Jamil Chade, especialistas em assuntos internacionais. O brasileiro desembarcou com uma máscara nesta terça-feira, numa viagem marcada por polêmicas e considerada mesmo dentro do Itamaraty como uma missão de “alto risco”. Apesar da imposição do Kremlin, o Itamaraty tentou contornar a regra para garantir que o presidente pudesse sair.
MOBILIZAÇÃO
Nos últimos dias, a exigência dos russos causou comoção no Executivo brasileiro, que mobilizou diplomatas para tentar reverter a obrigação de manter Bolsonaro fechado até amanhã. Ainda não está assegurado que a regra será cumprida e a comitiva do presidente indicou que ele pretendia sair pela capital ainda hoje.
Em todas suas viagens ao exterior, o presidente usou parte de sua agenda para passear pelas cidades que visitou, além de fazer um material de promoção para sua base mais radical. O fato, segundo membros do Itamaraty, é que as exigências também acabaram levando a uma redução da equipe que acompanharia o presidente.
REGRAS ESTRITAS
Para o encontro com Putin, as regras são estritas. Nem mesmo o chanceler Carlos França poderá entrar e Bolsonaro estará acompanhado apenas por um intérprete. No Itamaraty, o temor é de que, sem um profissional ao seu lado, Bolsonaro cometa algum deslize diplomático ou aceite condições e propostas que poderiam representar dificuldades para o Brasil. Bolsonaro teve de realizar ainda um teste de covid-19 no avião. Um outro teste terá de ser realizado entre hoje e amanhã.