(DA REDAÇÃO) – “Inferno” (2016/2h 02min/suspense, policial), em cartaz na Netflix, é um filme para ver com calma em tempos de pandemia. Um desmemoriado Tom Hanks, interpretando o especialista em artes Robert Langdon, tem que enfrentar um bilionário, sua amante e seguidora médica (como numa seita) defensores da tese malthusiana de que é preciso diminuir drasticamente a população da terra em nome da sobrevivência do planeta. Criam, então, um vírus para resolver o problema da superpopulação e da terra.
Robert Langdon desperta em um hospital, com um ferimento na cabeça provocado por um tiro de raspão. Bastante grogue, ele é tratado por Sienna Brooks (Felicity Jones), uma médica que o conheceu quando ainda era criança. Langdon não se lembra de absolutamente nada que lhe aconteceu nas últimas 48 horas, nem mesmo o porquê de estar em Florença. Subitamente, ele é atacado por uma mulher misteriosa e, com a ajuda de Sienna, escapa do local. Ela o leva até sua casa, onde trata de seu ferimento. Lá Langdon percebe que em seu paletó está um frasco lacrado, que apenas pode ser aberto com sua impressão digital. Nele, há um estranho artefato que dá início a uma busca incessante através do universo de Dante Alighieri, autor de “A Divina Comédia”, de forma a que possa entender não apenas o que lhe aconteceu, mas também o porquê de ser perseguido.
Uma tumultuada perseguição envolvendo uma OMS mais voltada para ações de espionagem e contra espionagem do que para os problemas sanitários infecciosos da humanidade, em cenários como Florença e Istambul, dão ritmo à trama.
Para ver “Inferno” nestes tempos de pandemia é preciso ter muita cautela. Além do isolamento social e da ansiedade, o momento político é fértil para fomentar teorias de conspiração. Que o digam os terraplanistas e negacionistas de plantão, certos de que o coronavirus é uma invenção chinesa. Vão encontrar no filme um prato cheio, ainda que os terroristas sejam americanos, para suas teses de vírus de laboratório.